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Mercado de bioinsumos cresce 21% ao ano no Brasil

Bioinsumos ganham espaço e reduzem impacto ambiental



Foto: Canva

Na Semana do Meio Ambiente, o debate sobre práticas agrícolas que conciliem produtividade e preservação ambiental ganha força. Em artigo intitulado "Do Solo ao Mercado: O Crescimento dos Bioinsumos no Brasil", Fellipe Parreira, do Comercial Norte VIVAbio, destaca o papel estratégico dos bioinsumos na construção de uma agricultura mais equilibrada e sustentável.

Bioinsumos são produtos de origem biológica, elaborados a partir de microrganismos, extratos vegetais e outros recursos naturais. Seu uso vem crescendo de forma expressiva no campo brasileiro. Segundo dados da CropLife Brasil, o mercado de produtos biológicos movimentou cerca de R$ 5 bilhões na safra 2023/2024 — uma alta de 15% em relação ao ciclo anterior. Nos últimos três anos, o setor registrou uma taxa média de crescimento anual de 21%, índice quatro vezes superior à média global.

Esse avanço reflete uma mudança significativa no modo de produzir alimentos no país. Cada vez mais conscientes, os produtores têm buscado alternativas que respeitem os recursos naturais sem comprometer a produtividade. Os bioinsumos, nesse contexto, favorecem interações benéficas entre plantas, solo e microrganismos, promovendo a saúde do solo, a eficiência na absorção de nutrientes e a redução da dependência de fertilizantes químicos. Esses fatores contribuem diretamente para a diminuição da contaminação de mananciais e o fortalecimento de sistemas produtivos mais equilibrados.

A adoção de bioinsumos também traz ganhos expressivos para a preservação da biodiversidade. Ao promover o equilíbrio ecológico no campo, esses produtos ajudam a manter inimigos naturais das pragas, reduzindo a necessidade de defensivos químicos que afetam organismos benéficos. Além disso, por serem menos agressivos e mais direcionados, oferecem um manejo mais seguro tanto para o agricultor quanto para o meio ambiente, resultando em uma produção mais saudável e confiável para o consumidor final.

Segundo Parreira, plantas tratadas com insumos biológicos tendem a apresentar maior vigor e resistência a doenças, o que se traduz em melhor desempenho agronômico e maior rentabilidade para o produtor. O fortalecimento dessa prática impulsiona, ainda, a competitividade do agronegócio brasileiro nos mercados nacional e internacional.

O crescimento do uso de bioinsumos conta com o apoio de políticas públicas que incentivam práticas sustentáveis no campo. Programas como o Plano Safra têm direcionado recursos a produtores que investem em tecnologias de menor impacto ambiental. Além disso, iniciativas federais e estaduais seguem promovendo pesquisas e desenvolvimento de novas soluções biológicas.

Na avaliação de Fellipe Parreira, reconhecer a importância dos bioinsumos é mais do que uma tendência — é uma necessidade para a agricultura do século XXI. "O Brasil, como um dos maiores produtores de alimentos do planeta, precisa liderar a transição para sistemas agrícolas mais sustentáveis e resilientes", afirma. O crescimento consistente do setor de produtos biológicos, segundo ele, representa um compromisso com a conservação ambiental e com o futuro das próximas gerações.

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