Feijão-frade: potencial antimicrobiano promissor
O estudo teve como objetivo analisar a atividade antibacteriana dos extratos

O feijão-frade (Vigna unguiculata), além de ser uma leguminosa de elevado valor nutricional, tem se destacado pelo seu potencial bioativo, especialmente por suas propriedades antimicrobianas. Essas características são atribuídas, em grande parte, à presença de compostos fenólicos. Diante do aumento da resistência de patógenos alimentares aos métodos convencionais de controle, pesquisadores vêm buscando alternativas naturais.
O estudo teve como objetivo analisar a atividade antibacteriana dos extratos de diferentes partes da planta, grãos, folhas e vagens, de cinco variedades de feijão-frade, por meio da determinação das concentrações mínimas inibitórias (MIC) e bactericidas (MBC) contra bactérias patogênicas e não patogênicas. Os extratos foram obtidos com uma solução etanol:água (50:50), submetidos a processos de agitação, sonicação, centrifugação e posterior liofilização.
Os resultados mostraram que o teor de compostos fenólicos varia significativamente entre as partes da planta. As vagens apresentaram os maiores teores, com valores entre 405,9 e 877,2 mg/100g. As folhas e grãos apresentaram concentrações inferiores, destacando-se, respectivamente, as variedades 3E (Sátão/Viseu) e 13B (Guarda) pelo maior acúmulo desses compostos.
No que diz respeito à atividade antimicrobiana, os extratos de grãos não demonstraram eficácia contra as bactérias testadas, diferentemente do que reportam outros estudos. Isso pode estar relacionado às diferenças nos métodos de extração, tipo de solvente e condições operacionais. Já os extratos obtidos das vagens demonstraram relevante atividade antibacteriana, especialmente nas variedades 3E (Sátão/Viseu) e 5V (Vila Maior/Viseu), que apresentaram os menores valores de MIC. As bactérias gram-positivas mostraram-se mais sensíveis aos extratos, com destaque para a inibição de Listeria monocytogenes e Salmonella.