Hora de garantir margens para a soja

O mercado da soja segue em compasso de expectativa diante da ausência de compras chinesas nos Estados Unidos e da preferência pela soja brasileira, fator que tem elevado os preços internos enquanto Chicago permanece lateralizado. Segundo a TF Agroeconômica, esse cenário pode se inverter caso a China retome as aquisições americanas após a reunião marcada para este fim de semana em Madri. Caso isso ocorra, as cotações em Chicago tendem a ganhar força, mas os prêmios no Brasil devem recuar. A recomendação é aproveitar o lucro atual, que gira em torno de 21,81%, e avançar nas vendas de alguns lotes tanto da safra em andamento quanto da próxima.

Nos Estados Unidos, a perspectiva para a safra 2025/26 projeta maior produção, aumento no esmagamento, redução das exportações e estoques finais mais elevados em relação ao mês anterior. A produção está estimada em 117,02 milhões de toneladas, com leve alta de área colhida, mas rendimento menor. Já o preço médio da soja deve recuar para US$ 10,00 por bushel, queda de US$ 0,10. A concorrência crescente de países como Rússia, Canadá e Argentina também pressiona as exportações americanas.

No cenário global de oleaginosas, a produção aumentou 1,1 milhão de toneladas, puxada por ganhos na colza (principalmente no Canadá e Austrália) e no girassol (Rússia e Cazaquistão), apesar da leve redução da soja. A produção global da oleaginosa caiu 0,5 milhão de toneladas, para 425,9 milhões, impactada por menores volumes da Índia, União Europeia e Sérvia, compensados por altas na Rússia e nos EUA.

A oferta e demanda mundiais de soja indicam moagem 1,1 milhão de toneladas menor, mas exportações maiores, especialmente de Argentina, Rússia e Canadá. Em contrapartida, os EUA e a Ucrânia devem exportar menos. Com esse ajuste, os estoques finais globais caíram para 124 milhões de toneladas, 0,9 milhão a menos que o previsto, refletindo reduções na Argentina, Bolívia e Canadá, mesmo com altas nos Estados Unidos e Brasil.