Pasto nativo tem queda na qualidade nutricional
Trigo, aveia e azevém garantem suporte ao gado

O Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar na quinta-feira (31) apontou que as pastagens no Rio Grande do Sul seguem em recuperação parcial, com desempenho variado conforme a região e o tipo de forragem cultivada. A entidade informou que “nos campos nativos, houve redução da oferta de volumosos e perda de qualidade em razão do excesso de fibra e do baixo valor nutricional”. Por outro lado, áreas de campo nativo melhorado apresentam desenvolvimento suficiente para o pastejo.
Nas pastagens cultivadas, a semeadura tardia e as condições climáticas limitaram a oferta de forragem. No entanto, o avanço das temperaturas, maior luminosidade e o retorno da umidade ao solo vêm favorecendo gradualmente o crescimento das espécies de inverno, o que tem proporcionado melhor aproveitamento para os rebanhos.
Na região administrativa de Bagé, a Emater/RS-Ascar relatou que “as áreas de integração lavoura-pecuária foram utilizadas para pastejo em função de sua recuperação, favorecida pelas condições climáticas”. Em Caxias do Sul, o bom desenvolvimento das forrageiras permitiu o uso das áreas de trigo, aveia e azevém para alimentação dos animais.
Erechim também apresentou condições positivas. Conforme o boletim, “a umidade do solo e a maior incidência de luz solar beneficiaram o crescimento e a rebrota das pastagens hibernais”, resultando em melhor oferta de massa verde e lotação adequada nos piquetes.
Na região de Frederico Westphalen, as pastagens de inverno responderam bem à adubação química e ao uso de resíduos orgânicos, o que estimulou a rebrota. Já em Ijuí, o aumento da luminosidade e da temperatura impulsionou o crescimento das forrageiras anuais. Apesar das precipitações a partir de 23 de julho terem prejudicado a produção de feno e pré-secado, a rebrota foi favorecida pela retirada dos rebanhos das áreas mais degradadas.
Em Passo Fundo, a recuperação das pastagens foi descrita como gradual, embora limitada. As áreas destinadas à silagem de trigo e cevada seguem em desenvolvimento, com o trigo de duplo propósito ainda sendo utilizado para pastejo. Em Pelotas, os 89 milímetros de chuva acumulada e os dias ensolarados favoreceram a adubação e o rebrote das pastagens nativas, mas nas áreas cultivadas a oferta ainda é restrita.
Porto Alegre também registrou crescimento nas pastagens de inverno devido ao clima mais favorável, embora o campo nativo ainda não tenha apresentado recuperação significativa. Em Santa Maria, o crescimento das forrageiras avançou de forma lenta, com maior comprometimento nas áreas onde houve sobrepastejo ou falhas no manejo da lotação.
A região de Santa Rosa teve benefício direto da umidade do solo, com as áreas de trigo, aveia e azevém proporcionando bom suporte nutricional ao manejo animal. Em Soledade, a melhora na oferta das pastagens de inverno foi limitada pelo frio e umidade. A rebrota das áreas de aveia foi prejudicada pelo pastejo intenso, e o azevém ainda não alcançou o ponto ideal para uso.