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Redução tarifária EUA-China impacta mercado da soja

Governo chinês projeta uma redução nas importações para 2025/26



Foto: Pixabay

A Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema) divulgou nesta semana a análise do mercado de soja entre os dias 9 e 15 de maio, com base no relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). As primeiras estimativas para o ciclo 2025/26 indicam mudanças importantes na dinâmica da produção e do comércio mundial do grão.

Nos Estados Unidos, a área destinada ao plantio de soja deve recuar 4,1% em relação ao ciclo anterior. A produção está projetada em 118,1 milhões de toneladas, levemente inferior às 118,8 milhões registradas na safra anterior. Os estoques finais devem cair para 8,03 milhões de toneladas, contra 9,53 milhões em 2024/25. Já o preço médio ao produtor deve subir, passando de US$ 9,95 para US$ 10,25 por bushel. Segundo a Ceema, “mesmo com boas condições climáticas e avanço do plantio, o mercado segue cauteloso quanto ao potencial produtivo”.

No campo, o ritmo de plantio nos Estados Unidos foi acelerado. Até o dia 11 de maio, 48% da área prevista havia sido semeada, superando a média dos últimos cinco anos, que é de 37%.

A produção global de soja em 2025/26 está projetada em 426,8 milhões de toneladas, segundo o USDA, ante 420,9 milhões no ciclo atual. Os estoques mundiais também devem crescer, passando de 123,2 milhões para 124,3 milhões de toneladas.

A produção brasileira deve alcançar 175 milhões de toneladas, enquanto Argentina e Paraguai devem produzir 48,5 e 11 milhões, respectivamente. As exportações brasileiras estão projetadas em 112 milhões de toneladas. O mesmo volume é esperado para as importações da China, segundo o USDA.

No entanto, dados recentes da alfândega chinesa indicam queda nas compras. Em abril, a China importou 6,08 milhões de toneladas de soja, uma redução de 29,1% em relação ao mesmo mês de 2023, alcançando o menor volume para o período desde 2015. “O principal entrave tem sido a burocracia logística, que elevou o tempo de transporte interno de até 10 dias para até 25 dias”, afirma o relatório da Ceema.

As autoridades chinesas têm incentivado o uso reduzido de farelo de soja na alimentação animal, o que impacta diretamente nas projeções de importações. Enquanto o USDA estima que o país asiático importe 112 milhões de toneladas no novo ciclo, o governo chinês trabalha com uma projeção de 95,8 milhões. Para o ano comercial atual (2024/25), a estimativa local também é inferior: 96 milhões de toneladas, ante 104,8 milhões em 2023/24.

Apesar da redução temporária nas tarifas de importação da soja dos Estados Unidos pela China, que passou de 25% para 10%, os produtores norte-americanos afirmam que a medida ainda é insuficiente. Mesmo com a redução das tarifas, não são suficientes para eles serem mais competitivos que os produtores brasileiros.

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