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Manejo de pulgões requer medidas integradas

Pulgões afetam soja, trigo e demandam atenção técnica



Foto: Divulgação

A presença de pulgões em lavouras tem se intensificado nos últimos anos, especialmente em condições de clima seco e quente, como as registradas com frequência na região Sul do Brasil. Segundo a engenheira agrônoma Maiara Franzoni, em publicação no Blog da Aegro, esses insetos, também chamados de afídeos, afetam culturas importantes como a soja e os cereais de inverno, com destaque para o trigo.

Franzoni explica que há mais de 1.500 espécies relatadas de pulgões, com coloração variada nas fases adulta e de ninfa, podendo ser amarelada, branca, preta, vermelha ou verde. “No entanto, sua aparência é semelhante”, observa.

Além de sugar a seiva das plantas, o que causa o amarelecimento e o encarquilhamento das folhas, os pulgões também são responsáveis por disseminar viroses. Esses danos comprometem o desenvolvimento de diferentes partes das plantas, como raízes, caules, folhas e até espigas. Outro problema é a secreção de substâncias açucaradas pelos insetos durante a alimentação, o que favorece o surgimento do fungo fumagina. A presença de formigas nas lavouras é comum em casos de infestações elevadas, devido à relação simbiótica com os pulgões.

O controle eficiente exige um conjunto de medidas. Franzoni ressalta a importância de práticas como a rotação de culturas, eliminação de restos culturais e plantas daninhas hospedeiras, adubação equilibrada, uso de armadilhas adesivas amarelas e aplicação criteriosa de defensivos. “Uma boa regulagem do pulverizador também é essencial, porque os pulgões ficam na face interior das folhas”, destaca.

O controle biológico também é uma alternativa viável, desde que seja feito com base na identificação correta da espécie presente na lavoura, o que permite o uso de inimigos naturais específicos. Outra medida é o controle genético por meio da utilização de cultivares resistentes. Porém, Franzoni alerta que a aplicação inadequada de produtos não seletivos contribuiu para que os pulgões, antes considerados pragas secundárias, ganhassem relevância nas lavouras. “Vale salientar que a recomendação para o controle químico é o uso de produtos seletivos aos inimigos naturais”, reforça.

O avanço dos pulgões como praga significativa reforça a necessidade de manejo integrado e de decisões técnicas fundamentadas na identificação correta das espécies, no monitoramento constante e na preservação do equilíbrio ecológico nas áreas cultivadas.

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