Nova plataforma permite edição simultânea de genes no tomate
Para superar essas barreiras, os cientistas criaram um algoritmo
Para superar essas barreiras, os cientistas criaram um algoritmo - Foto: Divulgação
Pesquisadores da Universidade de Tel Aviv desenvolveram uma plataforma de edição genética baseada no CRISPR capaz de editar simultaneamente múltiplos genes no tomate, o que permitiu revelar como diferentes combinações genéticas influenciam características complexas como o sabor, o formato do fruto e a resistência a doenças. Segundo publicação de 9 de junho de 2025, a descoberta representa um avanço significativo no melhoramento genético de culturas hortícolas, tornando o processo mais eficiente e preciso.
O estudo, publicado na revista Nature Communications, foi liderado pelos professores Eilon Shani e Itay Mayrose, com participação dos doutorandos Amichai Berman e Ning Su, do Dr. Yuqin Zhang (Academia Chinesa de Ciências) e da empresa israelense NetaGenomiX. Os pesquisadores afirmam que a nova abordagem contorna duas grandes limitações do método CRISPR tradicional: a escala restrita da edição e a redundância genética — quando genes de uma mesma família compensam alterações uns dos outros, dificultando o estudo de suas funções.
Para superar essas barreiras, os cientistas criaram um algoritmo capaz de selecionar unidades CRISPR específicas para milhares de genes. No experimento com tomateiros, foram construídas dez bibliotecas contendo cerca de 15 mil unidades CRISPR, aplicadas a 1.300 plantas diferentes. Cada uma sofreu uma alteração em um grupo genético distinto. O desenvolvimento das plantas foi monitorado, e os pesquisadores identificaram mudanças mensuráveis, como frutos com maior ou menor doçura e diferenças na resistência a doenças.
De acordo com o professor Shani, essa tecnologia tem potencial para ser aplicada em diversas espécies agrícolas, favorecendo o desenvolvimento de plantas mais adaptadas ao clima, mais produtivas e com melhor qualidade sensorial — tudo isso sem recorrer a transgenia. A NetaGenomiX já recebeu licença para comercializar a tecnologia, visando promover a segurança alimentar global e beneficiar produtores e consumidores com culturas mais sustentáveis e resilientes.
