Preparo de solo: o que você planta começa com o que você não vê

Se o solo é a base da produção agrícola, seu preparo é o alicerce silencioso que sustenta tudo o que será construído ao longo do ciclo. Em agosto, com os primeiros movimentos no campo ganhando força, é hora de olhar com atenção para a estrutura física, química e biológica do solo – e garantir que ele esteja pronto para receber a próxima safra.

O preparo do solo começa bem antes da entrada dos implementos. Uma análise detalhada da fertilidade, textura, compactação e presença de resíduos é o ponto de partida. A correção de acidez com calcário, a aplicação de gesso agrícola e a descompactação com subsoladores ou escarificadores são práticas cada vez mais técnicas, ajustadas por mapas de manejo e zoneamento agrícola. Além disso, a parte biológica não pode ser deixada de lado, pois influencia diretamente e positivamente nos aspectos químicos e físicos do solo.

No aspecto mecânico, o uso racional das máquinas ganha protagonismo. Grades, arados, niveladoras e plantadeiras de precisão são ferramentas que, se bem operadas, preservam a estrutura do solo e otimizam o plantio. A compactação causada por trânsito excessivo de máquinas pode ser um vilão silencioso, dificultando o desenvolvimento radicular e a absorção de água e nutrientes.

Além disso, o momento é ideal para ajustes na curva de nível, construção de terraços e manejo de palhadas. Técnicas de agricultura conservacionista, como o plantio direto, também ganham espaço como alternativas sustentáveis para manter a saúde do solo a longo prazo.

Solo bem preparado é solo vivo. E solo vivo responde com produtividade. O que se planta em agosto, na prática, é o potencial de colheita de janeiro.