Dólar firme e forte demanda internacional sustentam preços da soja
Mercado da soja ganha força com clima nos EUA e forte demanda chinesa

O mercado da soja atravessou a última semana com sinais de recuperação e sustentação nos preços, tanto no cenário internacional quanto no brasileiro. Em Chicago, o contrato de setembro/25 valorizou 1,34%, fechando a 10,36 US$/bushel, movimento impulsionado pelo aumento da percepção de risco climático nos Estados Unidos, onde a previsão de tempo mais seco e quente elevou o sentimento altista dos investidores.
De acordo com análise da Grão Direto, no Brasil, o suporte aos preços veio principalmente da combinação entre a valorização do dólar e a firmeza dos prêmios de exportação. A demanda internacional segue aquecida, garantindo bons níveis de competitividade para o grão brasileiro. A ANEC, inclusive, revisou para cima as projeções de embarques de agosto, que podem atingir 9,38 milhões de toneladas, número bastante superior ao mesmo período de 2024.
Enquanto o Brasil mantém protagonismo nas exportações, os dados de vendas semanais do USDA já indicam uma transição de foco para a safra norte-americana 2025/26. Esse movimento sinaliza que a janela de dominância brasileira tende a se encurtar à medida que os EUA avançam com a colheita, pressionando os diferenciais pagos pelo grão nacional.
Os próximos dias prometem volatilidade. Em Chicago, o clima no Meio-Oeste americano será o fator determinante, já que a região entra na fase crítica de enchimento dos grãos. Caso se confirme um padrão mais seco, os preços podem ganhar novo fôlego. Por outro lado, o retorno de chuvas pode retirar rapidamente o prêmio de risco embutido nas cotações.
No Brasil, o produtor deve aproveitar o momento favorável, já que a demanda chinesa — pilar da sustentação de preços — em breve terá a alternativa da safra norte-americana. A recomendação é atenção aos mapas climáticos e ao ritmo de vendas da nova safra nos EUA, pois essas variáveis podem impactar diretamente a competitividade do produto brasileiro.
A agenda da semana traz ainda o relatório de Acompanhamento de Safras do USDA, que pode refletir eventuais impactos do clima seco, além do relatório de Vendas Semanais para Exportação, fundamental para medir a força da demanda pela nova safra americana.