Agricultura deve enfrentar desafios com seca no Norte e no Sudeste e excesso de umidade no Sul, aponta Inmet
Previsão é otimista para o desenvolvimento das culturas de inverno

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou o prognóstico agroclimático para o trimestre de agosto, setembro e outubro de 2025, com destaque para um cenário de seca no Centro-Oeste, Sudeste, Nordeste e parte da Região Norte, enquanto o Sul do país deve registrar chuvas acima da média, especialmente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. As previsões indicam impactos diretos no desenvolvimento de culturas agrícolas e na disponibilidade de água no solo.
Segundo informações do Inmet, o déficit hídrico será mais intenso em áreas produtoras do Centro-Oeste e Norte do país, com redução significativa dos estoques de umidade no solo, em alguns casos inferiores a 30%. O fenômeno deve afetar culturas em final de ciclo, como milho e feijão, além de pastagens, aumentando a demanda por irrigação suplementar. Já no Sul, a expectativa é de manutenção de níveis elevados de umidade, o que favorece o cultivo de trigo, cevada e aveia, mas também pode dificultar operações de colheita em momentos de excesso de chuva.
No Norte, áreas do Pará, Rondônia, Tocantins e Acre devem enfrentar reduções de até 30 mm na precipitação em relação à média histórica, elevando o risco de perdas em lavouras irrigadas e sistemas agroflorestais. Em contrapartida, o noroeste do Amazonas e o norte de Roraima devem ter condições mais favoráveis para culturas perenes tropicais.
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O Nordeste terá cenário misto: enquanto o litoral leste de Alagoas, Sergipe e Pernambuco deve registrar chuvas acima da média, o interior da região, incluindo Maranhão, Piauí e Bahia, enfrentará seca mais acentuada a partir de setembro, com déficit superior a 100 mm, prejudicando lavouras de sequeiro e reduzindo a qualidade das pastagens.
No Sudeste, a previsão é de chuvas abaixo da média em todos os estados, com maior escassez no norte de Minas Gerais e parte do interior paulista. Essa condição pode comprometer o desenvolvimento de milho tardio e trigo de sequeiro, ao mesmo tempo em que favorece a colheita de cana-de-açúcar e café.
Já no Sul, a previsão é otimista para o desenvolvimento das culturas de inverno. O Rio Grande do Sul deve receber até 50 mm a mais de chuva do que o esperado, garantindo umidade adequada no solo. Contudo, o excesso hídrico em áreas pontuais pode exigir atenção redobrada no manejo e na programação das operações agrícolas