Déficit hídrico: o que esperar para maio, junho e julho?
Boletim prevê clima mais quente e chuvas irregulares entre maio e julho

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou, nesta terça-feira (13), o Boletim Agroclimatológico Mensal referente ao trimestre de maio a julho de 2025. O documento traz projeções sobre o comportamento do clima e do armazenamento de água no solo, com foco nas atividades agropecuárias.
De acordo com o Inmet, a região Norte deve registrar volumes de chuva acima da média no norte do Amazonas, Pará, Roraima e Amapá. Por outro lado, Acre, Rondônia, Tocantins e o sul do Amazonas e do Pará devem receber menos chuva. “As temperaturas médias devem ficar acima da climatologia em grande parte da região”, informa o boletim. A maior frequência de chuvas no norte tende a atenuar as temperaturas em Roraima, Amapá e norte do Pará, enquanto no sul da região as anomalias podem chegar a +2°C.
Em relação ao armazenamento de água no solo, o boletim prevê, para maio, níveis elevados no Amazonas, Acre, Pará, Amapá e Roraima, com Rondônia, Tocantins e sul do Pará registrando entre 50% e 70%. Nos meses seguintes, a tendência é de redução dos estoques no sul da região, enquanto o Amapá, Roraima e o noroeste do Amazonas mantêm os maiores níveis. Segundo o Inmet, “há previsão de déficit hídrico em áreas de Rondônia, sul do Pará e Tocantins, que deve se intensificar ao longo do trimestre”.
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No Nordeste, a previsão aponta chuvas acima da média no norte do Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte. Já o restante da região tende a registrar chuvas abaixo da média, com exceção de áreas do litoral, que podem receber volumes significativos devido ao transporte de umidade do oceano. As temperaturas devem permanecer acima da média, com elevações de até 1°C. “O litoral deve registrar menores anomalias térmicas”, aponta o boletim.
O armazenamento de água no solo será mais elevado na faixa litorânea e em áreas do Maranhão, Piauí e Bahia. No entanto, o centro da região deve apresentar baixos níveis. O Inmet alerta para déficit hídrico em grande parte do Nordeste, o que pode comprometer o milho segunda safra durante a fase de floração.
No Centro-Oeste, o boletim indica chuvas próximas ou abaixo da média, marcando o início do período seco. As temperaturas devem superar a média histórica, com anomalias entre +1°C e +2°C em Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul. O armazenamento de água no solo tende a cair ao longo do trimestre. “São previstas condições de déficit em grande parte da região, com destaque para o nordeste de Mato Grosso em julho”, destaca o documento.
Para o Sudeste, o Inmet prevê predominância de chuvas abaixo da média, com exceções pontuais no litoral devido à atuação de sistemas frontais. As temperaturas devem permanecer acima da média, com possibilidade de quedas abaixo de 15°C em áreas de maior altitude. Os níveis de umidade do solo devem ser reduzidos, especialmente no norte de Minas Gerais, Espírito Santo e oeste de São Paulo. “Há previsão de déficit de água no solo em grande parte da região”, afirma o boletim.
No Sul, a previsão indica chuvas abaixo da média no Paraná, Santa Catarina e oeste do Rio Grande do Sul. Por outro lado, o nordeste gaúcho pode registrar volumes acima da climatologia. As temperaturas devem ficar acima da média, mas podem cair em áreas elevadas com a entrada de massas de ar frio. Os níveis de umidade no solo tendem a se manter elevados, com exceção do oeste do Paraná. “Não há previsão de déficit hídrico no solo para o trimestre”, conclui o Inmet.