Soja brasileira mantém protagonismo global mesmo sob pressão cambial
China absorveu cerca de 76% da soja brasileira exportada no primeiro semestre

Mesmo diante de um cenário turbulento no comércio exterior, a soja brasileira segue firme como protagonista no mercado global. Em julho, as exportações do grão somaram 11,93 milhões de toneladas, representando um crescimento de 24% em relação ao mesmo período do ano anterior. O desempenho confirma a força do Brasil como principal fornecedor mundial da oleaginosa, puxado especialmente pela demanda chinesa.
De acordo com a análise da Grão Direto, a China absorveu cerca de 76% da soja brasileira exportada no primeiro semestre de 2025. Além do apetite chinês, outros fatores contribuíram para o bom desempenho das vendas: a recuperação do mercado internacional, dificuldades logísticas em países concorrentes e a menor competitividade da soja argentina. A conjuntura favoreceu o Brasil mesmo com o cenário de incertezas provocado pela guerra comercial entre Estados Unidos e países do BRICS.
Na Bolsa de Chicago, o contrato da soja para julho de 2025 encerrou a semana cotado a US$ 10,04 por bushel, acumulando queda de 4,92%. Já o contrato para março de 2026 recuou 3,53%, fechando a US$ 10,38 por bushel. A pressão baixista veio acompanhada de uma valorização do dólar, que avançou 2,40% e fechou a R$ 5,55. O câmbio mais elevado favorece os exportadores brasileiros, mas encarece os custos com insumos importados, exigindo cautela nas estratégias de comercialização.
A imposição de tarifas de 50% pelos EUA sobre produtos brasileiros elevou a tensão entre os dois países e trouxe volatilidade às cotações. A medida pode afetar as exportações para o mercado norte-americano, mas também pode estimular uma maior procura da soja brasileira por parte de outros grandes compradores, como a China. Isso tende a impulsionar o prêmio nos portos e sustentar as cotações internas, mesmo em um ambiente de queda em Chicago.