Nos moinhos gaúchos, a moagem segue baixa - Foto: Pixabay
Os preços do trigo registraram leve alta no Rio Grande do Sul, mas seguem abaixo da linha de resistência. Segundo a TF Agroeconômica, geadas foram pontuais no estado, concentradas em baixadas e bordas de matas, áreas tradicionalmente evitadas para o plantio justamente pelo risco climático.
A maior parte das lavouras ainda está no estágio vegetativo, o que reduz a possibilidade de perdas significativas neste momento. O mercado permanece lento, com negociações pontuais para agosto e maior concentração para setembro. Indicações para trigo de boa qualidade variam entre R$ 1.280,00 e R$ 1.350,00, dependendo da localização e do prazo de pagamento.
Nos moinhos gaúchos, a moagem segue baixa e as margens apertadas, mantendo a compra apenas no essencial. No mercado externo, preços para exportação em dezembro caíram para R$ 1.250,00, pressionados pela queda no milho internacional. Em Panambi, a cotação ao produtor manteve-se em R$ 70,00 a saca. Em Santa Catarina, o cenário é estável, com moinhos consumindo estoques e comprando apenas reposição. O excesso de oferta gaúcha impede a alta local, com valores entre R$ 1.330 e R$ 1.360 FOB. O trigo importado via Paranaguá segue mais competitivo que o paranaense.
Ainda em SC, a safra nova carece de referências, mas há queda de 20% nas vendas de sementes, e a Conab projeta redução de 6,3% na produção, apesar do aumento de área. Os preços pagos ao produtor recuaram para R$ 75,00 em Canoinhas e variam de R$ 72,00 a R$ 79,00 nas demais regiões. No Paraná, as geadas foram fracas, com atenção maior ao Sudoeste, mas sem danos confirmados. O mercado spot está travado, com preços a R$ 1.400 CIF e R$ 1.300 no futuro.
Houve negócios pontuais com trigo paraguaio a R$ 1.440 CIF e argentino a US$ 269 em Paranaguá. Os preços médios pagos aos agricultores paranaenses subiram para R$ 76,04, acima do custo de R$ 72,89, garantindo lucro de 4,32%, bem abaixo dos 32,1% que chegaram a ser oferecidos no mercado futuro. O cenário indica que, quanto mais próxima a colheita, menores devem ser os preços e margens.
