Tarifaço: Brasil calcula o real impacto das novas tarifas dos EUA
Tarifaço atingirá 35,9% das exportações brasileiras destinadas aos EUA

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) informou, por meio de nota divulgada nesta quinta-feira (31), que aproximadamente 44,6% das exportações brasileiras para os Estados Unidos ficaram de fora da tarifa adicional de 50%, aplicada unilateralmente pelo governo norte-americano por meio de ordem executiva assinada na quarta-feira (30). A lista publicada pela Casa Branca inclui cerca de 700 produtos excluídos da medida, como aviões, celulose, suco de laranja, petróleo e minério de Ferro.
De acordo com levantamento preliminar da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/MDIC), a nova tarifa atingirá 35,9% das exportações brasileiras destinadas aos EUA, o que corresponde a US$ 14,5 bilhões em 2024. Já os produtos excluídos da cobertura da ordem executiva representam 44,6% do total exportado, o equivalente a US$ 18 bilhões no mesmo período.
Além disso, 19,5% das exportações brasileiras estão sujeitas a tarifas específicas, aplicadas a todos os países com base em critérios de segurança nacional, como as previstas na Seção 232. Esses produtos, que somaram US$ 7,9 bilhões em 2024, não serão impactados pela nova medida. Entre eles estão autopeças, que já são taxadas em 25%, independentemente da origem.
O MDIC afirmou que, de modo geral, “a maior parte das exportações brasileiras, representando 64,1%, continua concorrendo com produtos de outras origens no mercado americano em condições semelhantes”. Segundo a pasta, mercadorias em trânsito não serão afetadas pelas tarifas adicionais. A decisão assinada no dia 30 de julho isenta da nova cobrança os embarques realizados no Brasil até sete dias após a data da ordem executiva, desde que cumpram os requisitos estabelecidos.