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Chuvas nos EUA e conflito no Irã elevam cotação da soja

Mercado global da soja reage a chuvas no Corn Belt e tensões geopolíticas



Foto: Pixabay

As cotações internacionais da soja registraram alta na última semana, impulsionadas por fatores geopolíticos e climáticos. O novo ataque de Israel ao Irã provocou forte oscilação nos mercados de energia, elevando os preços do petróleo e, consequentemente, do óleo de soja. Em Chicago, os contratos futuros reagiram positivamente: o vencimento de julho de 2025 fechou a US$ 10,68 por bushel, com alta semanal de 0,95%, enquanto o contrato para março de 2026 avançou 1,98%, encerrando a US$ 10,81 por bushel.

De acordo com análise da Grão Direto, a tendência de valorização reflete não apenas as incertezas no cenário geopolítico, mas também o atraso no plantio da safra norte-americana. Chuvas intensas no cinturão agrícola dos EUA — especialmente em Iowa, Illinois e Indiana — têm dificultado o ritmo de semeadura. Caso a condição de excesso de umidade persista até 20 de junho, parte significativa das áreas ainda não plantadas poderá ser abandonada, reduzindo a área efetiva cultivada.

Além do risco climático, os produtores norte-americanos enfrentam o limite de cobertura do seguro agrícola, o que aumenta o custo e o risco da operação. As previsões meteorológicas indicam chuvas acima da média até pelo menos o dia 18 de junho, com acumulados que podem ultrapassar 150 milímetros, agravando ainda mais o cenário para o uso de maquinário pesado nos campos.

No âmbito comercial, a disputa entre Estados Unidos e China segue influenciando os fluxos globais de soja. Apesar da redução temporária das tarifas chinesas sobre o grão norte-americano — de 125% para 10% — as compras da China seguem concentradas no Brasil. As exportações dos EUA para o gigante asiático atingiram apenas 61,4 mil toneladas na última semana, o menor volume de 2025, representando uma queda de 74% em relação à média das quatro semanas anteriores.

A China, maior importadora mundial da oleaginosa, manteve o Brasil como principal fornecedor. O país sul-americano respondeu por 72% do volume total embarcado à nação asiática, consolidando sua liderança no comércio global da soja.

No curto prazo, o mercado internacional deve seguir atento aos desdobramentos do conflito entre Israel e Irã, além do avanço do plantio nos Estados Unidos. A combinação entre incertezas geopolíticas, condições climáticas adversas e o redesenho do fluxo comercial tende a manter as cotações voláteis, com viés de alta.

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