Manejo integrado reduz custos e protege lavouras de arroz
Arroz-vermelho desafia produtores e exige manejo eficaz

A adoção do Manejo Integrado de Pragas (MIP) tem se consolidado como uma estratégia fundamental para aumentar a lucratividade e a sustentabilidade na produção agrícola, especialmente no cultivo de arroz. Segundo o engenheiro agrônomo Mathias Bergamin, em artigo publicado no Blog da Aegro, “o MIP é o alicerce para a lucratividade em qualquer cultivo”.
O sistema integra diferentes métodos de controle – cultural, biológico e químico – com o objetivo de minimizar os danos causados por pragas e doenças, promovendo maior proteção à lavoura e racionalizando os custos de produção. Para Bergamin, o monitoramento contínuo das lavouras é essencial para que as ações sejam planejadas e executadas com precisão. “Tenha o controle dos dados obtidos durante o ciclo da cultura, planeje suas ações antes de colocar em prática”, recomenda o especialista.
No caso do arroz, uma das principais preocupações do produtor é o controle de plantas daninhas, como o capim-arroz, o arroz-vermelho e espécies aquáticas, entre elas a grama boiadeira e os aguapés. Essas invasoras competem com a cultura principal por nutrientes, água e luz, afetando diretamente a produtividade.
Para reduzir esses impactos, Bergamin destaca que o sucesso da lavoura começa com a escolha correta das sementes. “Escolha sementes de procedência e qualidade, livre de mistura varietal e contaminação”, orienta. O manejo na entressafra também é considerado estratégico. Nesse período, o produtor deve realizar roçadas e dessecação com herbicidas para eliminar possíveis focos de infestação.
Outro ponto importante é a preparação do solo. Revolver a terra pode expor sementes de plantas daninhas, favorecendo sua germinação e facilitando o controle subsequente. A rotação com culturas como soja e milho também contribui para quebrar o ciclo das invasoras e fortalecer o sistema produtivo.
No sistema pré-germinado, Bergamin recomenda a inundação das áreas entre 20 a 30 dias antes da semeadura e a manutenção da lâmina d’água ao longo do ciclo, especialmente em regiões com incidência de arroz-vermelho. A qualidade da água usada na irrigação também é um fator determinante. “Água limpa reduz a incidência de plantas aquáticas invasoras”, afirma o agrônomo.
Por fim, o uso de herbicidas deve ser planejado de forma estratégica durante todo o ciclo da cultura, para garantir eficiência no controle e evitar desperdícios. O MIP, aliado a práticas de manejo adequadas, se apresenta como uma ferramenta indispensável para produtores que buscam estabilidade produtiva e redução de riscos.