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Preços do trigo caem fora de época

O lucro do triticultor paranaense diminuiu para 7,03%



O lucro do triticultor paranaense diminuiu para 7,03% O lucro do triticultor paranaense diminuiu para 7,03% - Foto: Divulgação

O mercado de trigo enfrenta uma fase delicada nos principais estados produtores do Sul do país, com preços em queda fora de época e dificuldades para novos negócios, mesmo em plena entressafra. Segundo informações da TF Agroeconômica, no Rio Grande do Sul, a renovação de contratos para o próximo trimestre, aliada ao dólar baixo e à cotação internacional do trigo pressionada, compromete as margens dos moinhos, limitando compras. A safra velha ainda desperta interesse para embarques em agosto, mas julho já está todo comprometido, sem referência de preço e com cotações entre R\$ 1.330 e R\$ 1.430 por tonelada. 

Em Santa Catarina, o excesso de oferta de trigo gaúcho, junto de sobras de sementes, mantém os preços deprimidos. A semana foi curta e de mercado parado, com o trigo panificação na região de Ijuí sendo negociado a R\$ 1.300, acrescido de R\$ 140 de frete. Os preços na pedra seguem estáveis: R\$ 78,00/saca em Canoinhas, R\$ 75,00 em Chapecó e valores similares em outras praças, sustentados há várias semanas. O mercado já estima uma produção nacional menor, em torno de 7,3 milhões de toneladas, abaixo das 7,89 milhões do ano anterior, o que pode fazer os preços reagirem a partir de fevereiro de 2026, caso a redução de área e produtividade se confirme.

No Paraná, a forte oferta de trigo importado, especialmente argentino e paraguaio, somada à demanda interna tímida, pressiona os preços para baixo. Atualmente, compradores não aceitam pagar mais que R\$ 1.450 CIF, enquanto alguns vendedores ainda pedem R\$ 1.500 FOB. Para a safra nova, os contratos indicam valores similares entre outubro e novembro, com moinhos já abastecidos até setembro. A produção estadual deve ficar entre 2,5 e 2,8 milhões de toneladas, o que reforça a dependência de trigo de outras regiões e do exterior.

Com custos de produção estimados pelo Deral em R\$ 73,53/saca, o lucro do triticultor paranaense diminuiu para 7,03%, ainda positivo, mas em queda. Assim, o cenário de preços baixos, excesso de importado e margens apertadas desafia toda a cadeia produtiva do trigo no Sul do Brasil, prometendo uma disputa intensa no mercado de farinhas e uma possível reviravolta apenas com a menor oferta do ciclo 2025/26.
 

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