Soja recua em Chicago com fraca demanda
O mercado segue pressionado pelo bom ritmo do desenvolvimento das lavouras americanas

A soja encerrou o pregão desta segunda-feira (29) em queda na Bolsa de Chicago (CBOT), refletindo a combinação de ampla oferta nos Estados Unidos e baixa demanda internacional. Segundo a TF Agroeconômica, o contrato de agosto, referência para a safra brasileira, caiu 1,00% ou 10,00 cents por bushel, cotado a US$ 988,75. O contrato de setembro recuou 0,95% (US$ 9,50 cents), fechando em US$ 992,50. O farelo de soja também caiu 1,08% (US$ 2,90/ton curta), enquanto o óleo de soja subiu levemente 0,11% (US$ 0,06/libra-peso).
O mercado segue pressionado pelo bom ritmo do desenvolvimento das lavouras americanas, favorecido pelo clima, e pela falta de interesse da China pela soja dos EUA. Os embarques continuam lentos e os últimos acordos comerciais não trouxeram o volume esperado de compras, o que tem desanimado os produtores, que já se preparam para a nova safra. Enquanto isso, a Argentina reduziu os impostos sobre exportação, incentivando a negociação de soja e farelo no país vizinho.
Nos Estados Unidos, apesar de uma leve queda na qualidade das lavouras, o mercado ainda projeta uma safra robusta. A abundância da oferta combinada com a fraca demanda externa — principalmente pela ausência da China — limita qualquer recuperação significativa nos preços da oleaginosa em Chicago.
Em contraste, o mercado brasileiro vive um momento altista. Os preços internos da soja atingiram patamares recordes na última semana, puxados pela forte demanda externa, sobretudo da China, por prêmios elevados e por um câmbio favorável. A alta da taxa Selic também torna mais caro o custo de armazenagem, o que incentiva os produtores a venderem o grão disponível no curto prazo.