Demanda por milho cresce e estoques finais caem para 7,1 milhões de toneladas, diz Conab
Apesar do aumento no consumo interno, as exportações foram mantidas

De acordo com os dados que foram divulgados pela Conab, o consumo nacional de milho na safra 2024/25 deve alcançar 89,3 milhões de toneladas. O número representa uma revisão para cima frente à expectativa anterior, puxada principalmente pela ampliação da produção de etanol à base do grão, cuja demanda tem crescido expressivamente.
A estimativa consta no 8º Levantamento da Safra de Grãos da Conab e sinaliza mudanças importantes no balanço de oferta e demanda. A maior disponibilidade de milho no mercado interno no segundo semestre deste ano tende a atender com folga tanto o consumo interno quanto os compromissos com o mercado externo.
Apesar do aumento no consumo interno, as exportações foram mantidas em 34 milhões de toneladas. Com isso, os estoques finais da safra foram ajustados para 7,1 milhões de toneladas, redução em relação às projeções anteriores. O número indica um equilíbrio mais apertado entre oferta e demanda, o que pode influenciar os preços no mercado doméstico.
Já no mercado da soja, a produção recorde projetada para 168,3 milhões de toneladas abre espaço para um pequeno avanço nas exportações brasileiras. A Conab prevê embarques próximos de 106 milhões de toneladas, impulsionados por maior demanda internacional e preços mais atrativos no porto, especialmente com a colheita praticamente encerrada nos principais estados.
Esse cenário reforça a competitividade do Brasil no comércio internacional de grãos, com destaque para o protagonismo da soja nos mercados asiáticos e europeus. A melhora da produtividade em estados como Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais ajudou a consolidar uma oferta robusta, capaz de atender tanto o mercado interno quanto os parceiros comerciais.
Para o restante do ano, o comportamento climático nas regiões produtoras continuará sendo um fator de atenção. Além disso, a dinâmica dos estoques e o ritmo das exportações devem balizar o movimento dos preços, sobretudo do milho, que ganha protagonismo com o avanço da indústria de etanol. O Brasil segue consolidando sua posição entre os maiores fornecedores globais de grãos.