Seguro rural no Brasil: urgência e tecnologia
A baixa adesão ao seguro rural não está ligada apenas ao custo

O agronegócio brasileiro enfrenta um momento delicado, com um número recorde de pedidos de recuperação judicial, chegando a quase 1.300 apenas em 2024. Essa realidade evidencia a urgência e a importância estratégica do seguro rural para garantir a sustentabilidade financeira dos produtores e das cadeias produtivas do setor.
Segundo dados da Agrotools, apesar de o seguro rural existir no Brasil há mais de 20 anos, a adesão ainda é extremamente baixa: apenas 10% da área agrícola está segurada, enquanto nos Estados Unidos esse índice chega a 80%. Entre os principais obstáculos estão a falta de informação, a burocracia e a pouca incorporação de tecnologia nas operações.
A baixa adesão ao seguro rural não está ligada apenas ao custo ou à burocracia. A digitalização do campo, com o uso de inteligência artificial, surge como uma solução promissora para ampliar a proteção e acelerar os processos. Esse avanço tecnológico pode facilitar a contratação, a análise de risco e o pagamento de indenizações, tornando o seguro mais acessível para os produtores.
Recentemente, o impacto das enchentes no Rio Grande do Sul reacendeu o debate sobre a necessidade de proteção no campo. Em resposta, o governo federal remanejou R$ 210 milhões do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) para apoiar os produtores afetados. Além disso, projetos como o PL 2951/2024, que propõe a criação de um fundo de catástrofe, indicam que o tema está ganhando espaço na agenda pública como prioridade para o agronegócio.
Mais do que um mecanismo para evitar perdas, o seguro rural pode transformar a previsibilidade financeira no campo. Com maior segurança, as empresas rurais conseguem planejar melhor suas operações, facilitar o acesso a crédito, fortalecer relações com fornecedores e reduzir riscos ao longo da cadeia produtiva.
Startups e empresas de tecnologia, como a Agrotools, têm mostrado que a inovação é fundamental para tornar o seguro rural viável, acessível e eficiente. O futuro do agronegócio passa pela integração entre proteção, dados e tecnologia, garantindo resiliência mesmo diante de desafios climáticos e econômicos.