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Soja: clima nos EUA pressiona Chicago, mas Brasil ganha fôlego

No Brasil, o avanço na agenda de biocombustíveis trouxe alívio ao setor



Foto: Canva

O mercado da soja encerrou junho pressionado pelas boas condições climáticas nos Estados Unidos, mas encontrou suporte interno com a aprovação de novas políticas para biocombustíveis no Brasil. As cotações internacionais da oleaginosa ficaram abaixo dos US$ 10,25 por bushel no contrato de novembro, refletindo a expectativa de uma safra robusta no país norte-americano.

Segundo análise da Grão Direto, o cenário climático favorável nos EUA tem sido o principal vetor de baixa em Chicago. As previsões apontam chuvas regulares e temperaturas amenas, o que fortalece a projeção de produtividade elevada nas lavouras americanas. O mercado agora aguarda com atenção o relatório do USDA sobre área plantada e estoques, previsto para os próximos dias. Qualquer surpresa nesse documento pode gerar forte volatilidade nos preços globais.

No Brasil, o avanço na agenda de biocombustíveis trouxe alívio ao setor. A aprovação do E30 e B15 — aumento da mistura de etanol e biodiesel, respectivamente — tende a elevar a demanda por óleo de soja em 150 mil toneladas até o fim de 2025. Essa nova política energética, válida a partir de 1º de agosto, foi aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e já influencia positivamente a sustentação dos preços da soja no mercado interno.

Outro fator de peso no mercado é a recente trégua comercial entre China e Estados Unidos, com suspensão de tarifas e garantias de fornecimento de terras raras. Embora o impacto direto nas exportações americanas de soja ainda dependa da efetivação do acordo, o clima de estabilidade tende a favorecer o comércio global e aumentar a concorrência entre os principais exportadores, como Brasil e EUA.

No câmbio, o dólar comercial fechou junho cotado a R$ 5,48, o menor valor desde outubro do ano passado. A desvalorização acumulada no ano chegou a 11,26%, o que reduz a competitividade das exportações brasileiras. Por outro lado, o real valorizado ajuda na compra de insumos importados, beneficiando a estrutura de custos da produção agrícola nacional.

Os próximos dias exigem atenção redobrada dos produtores e agentes comerciais. Entre os fatores a monitorar estão as decisões fiscais e monetárias no Brasil e nos EUA, a evolução do acordo China-EUA, e, sobretudo, os dados oficiais do USDA, que podem redesenhar os rumos da soja no curto prazo.

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