P&D no agro está perdendo fôlego?
O ranking mostra que 11 das 20 maiores empresas globais já são chinesas

O setor global de proteção de cultivos passa por mudanças profundas, segundo Artur Vasconcelos Barros, Diretor Executivo do Grupo Central Campo, com base no ranking AgroPages 2024. Empresas históricas de P&D como Syngenta, Bayer, BASF e Corteva seguem líderes em faturamento, mas registram quedas expressivas, enquanto grupos pós-patente, especialmente chineses, crescem rapidamente.
O ranking mostra que 11 das 20 maiores empresas globais já são chinesas, construindo sua posição mais pela eficiência industrial e preços competitivos do que por inovações disruptivas. Nomes como Hubei Xingfa, Rainbow e Seven Continent registram crescimento entre 8% e 57%, demonstrando que velocidade e escala se tornam fatores estratégicos no mercado.
Essa realidade, segundo o especialista, abre um debate: o modelo tradicional de P&D estaria chegando ao limite de viabilidade econômica? Custos crescentes, prazos regulatórios longos e riscos associados reduzem o retorno sobre novas moléculas, tornando esse equilíbrio entre investir e capturar valor cada vez mais delicado.
“O que os números mostram é que o ponto de equilíbrio entre investir e capturar valor com inovação pode estar mudando. E, nesse cenário, escala, eficiência e velocidade podem ser tão determinantes quanto a própria descoberta científica. Enquanto a indústria de P&D enfrenta margens menores e pressão para entregar retorno rápido, as pós-patente ocupam espaço com agilidade. O jogo competitivo está mudando — e quem não se adaptar corre o risco de ficar para trás”, conclui ele, em publicação na rede social LinkedIn.