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Clima brasileiro entre extremos desafia o agronegócio

A distribuição das chuvas também foi irregular



A distribuição das chuvas também foi irregular A distribuição das chuvas também foi irregular - Foto: Pixabay

Durante julho e agosto, o Brasil viveu um cenário climático marcado por contrastes regionais. Segundo análise do Rabobank, as temperaturas ficaram acima da média em grande parte do país, especialmente no Centro-Oeste, Sudeste e MATOPIBA, com registros superiores a 37°C em cidades como Cuiabá. Em paralelo, frentes frias atingiram o Sul e parte do Sudeste, provocando geadas leves a moderadas e afetando culturas como o café no Cerrado Mineiro.

A distribuição das chuvas também foi irregular. Enquanto o Norte e o litoral do Nordeste registraram volumes acima da média, favorecendo feijão e milho, regiões como Rondônia, Tocantins, Goiás e Minas Gerais enfrentaram déficit hídrico, que comprometeu as pastagens. No Centro-Oeste, o clima seco permitiu o avanço da colheita do milho safrinha e do algodão. Já no Sudeste, a mesma condição beneficiou o café e a cana-de-açúcar. No Sul, por outro lado, o excesso de chuvas e o risco de geadas atrasaram o início do plantio de inverno, embora a produtividade do Paraná tenha sido preservada.

Entre as culturas, o café enfrentou episódios localizados de granizo no sul de Minas, sem impacto nacional relevante. A safra de laranja começou sob temperaturas abaixo da média e chuvas esparsas. Na cana, julho registrou 100 milhões de toneladas colhidas, mas a baixa qualidade da matéria-prima preocupa, com estimativas apontando produção total de açúcar abaixo de 40 milhões de toneladas na safra 2025/26.

O comportamento do clima global também entra no radar. O fenômeno ENSO permanece em neutralidade, com 56% de probabilidade de continuidade até o fim do inverno. A expectativa é de breve transição para La Niña na primavera, seguida de retorno à neutralidade, o que pode impactar chuvas e temperaturas. A partir de setembro, o mercado volta suas atenções ao regime de chuvas: no café, será decisivo para a florada da safra 2026/27, enquanto nos grãos será fundamental para a semeadura da temporada 2025/26.
 

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