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Quais são as expectativas do pinhão no Rio Grande do Sul?

A produção de pinhão apresenta variações entre os municípios em 2024


Foto: Pixabay

A temporada de colheita, transporte, comercialização e armazenamento do pinhão no Rio Grande do Sul, conforme estabelecido pela Lei Estadual nº 15.915/2022, teve início em 1° de abril, segundo dados do Emater. Com base nas disposições dessa lei, somente os pinhões com características de maturação, apresentando coloração verde-amarelada ou marrom típica, podem ser colhidos.

Segundo o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar, a Araucaria angustifolia, popularmente conhecida como pinheiro-brasileiro, está ameaçada de extinção, de acordo com o Decreto Estadual nº 52.109/2014 e a Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção. É proibido o corte de Araucaria angustifolia nativa, portadora de pinhas, nos meses de abril, maio e junho, visando proteger e garantir a reprodução da espécie, além de assegurar a alimentação da fauna que depende da floresta com Araucária.

A legislação busca conciliar a preservação ambiental com a geração de renda das famílias envolvidas na cadeia produtiva do pinhão. No entanto, a falta de iniciativas de beneficiamento, industrialização e armazenamento restringe a comercialização, especialmente nos meses de produção, de abril a junho.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, a Serra Gaúcha, as Hortênsias e os Campos de Cima da Serra despontam como as principais produtoras de pinhão do Estado. Em anos normais, a produção é concentrada principalmente nos municípios de São Francisco de Paula, Muitos Capões, Cambará do Sul, Esmeralda e Bom Jesus.

Porém, a produção de pinhão em 2024 apresenta variações entre os municípios, assim como nos anos anteriores. Estimativas iniciais indicam uma produção semelhante à de 2023, com um possível aumento de até 20% nos Campos de Cima da Serra, mas uma redução entre 15% e 30% em Canela e Gramado, devido a condições climáticas adversas.

A colheita do pinhão é realizada manualmente, seja coletando as sementes diretamente no solo ou derrubando as pinhas com o auxílio de ferramentas. Atualmente, as variedades mais precoces estão em maturação e debulha, enquanto as mais tardias estão em desenvolvimento da semente, apresentando boa qualidade e sanidade.

Em relação aos preços, estes variam conforme a modalidade de comercialização, sendo predominante a venda informal e in natura. O preço mínimo do pinhão extrativista, de acordo com o Comunicado CONAB/MOC Nº 001/2024, é de R$ 3,79/kg.

Na região de Soledade, a colheita do pinhão já iniciou, porém, a produtividade está abaixo da safra do ano anterior, com uma redução estimada em 40%. As causas dessa diminuição incluem o clima chuvoso durante a fase de polinização e a redução de plantas produtivas. A baixa produção e a falta de mão de obra para a coleta nas florestas têm impactado o mercado, resultando em preços ao produtor variando de R$ 9,00 a R$ 10,00/kg, e para o consumidor, na faixa de R$ 15,00/kg.

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