Clima desfavorável impacta 2ª safra de feijão no RS
As chuvas e a alta umidade afetaram a qualidade dos grãos nas lavouras em maturação
As condições climáticas desfavoráveis, com elevada umidade e temperaturas amenas, continuam a prejudicar o desenvolvimento da 2ª safra de feijão no Rio Grande do Sul. Segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado na quinta-feira passada (16/05), a interrupção parcial das precipitações permitiu que os produtores retomassem a colheita, visando mitigar as perdas nas lavouras maduras. Até o momento, 40% das áreas foram colhidas. A área cultivada em 2ª safra no Estado está estimada em 19.900 hectares, com uma produtividade projetada inferior aos 1.568 kg/ha inicialmente previstos.
Na região administrativa de Erechim, onde a área plantada é de 2.720 hectares, a colheita atingiu 30%. Devido ao excesso de chuvas, a produtividade esperada de 1.625 kg/ha deve ser inferior. No entanto, áreas colhidas antes das chuvas registraram produtividade de aproximadamente 1.800 kg/ha.
Em Frederico Westphalen, dos 6.144 hectares cultivados, 10% estão em enchimento de grãos, 45% em maturação e 45% já foram colhidos. Após um desenvolvimento inicial satisfatório, as chuvas causaram perdas significativas na produtividade, que podem ultrapassar 40%. A qualidade dos grãos recentemente colhidos também está comprometida por mofo e germinação.
Na região de Ijuí, as intensas chuvas e a alta umidade afetaram a qualidade dos grãos nas lavouras em maturação. A germinação dos grãos ainda nas vagens e a incidência de antracnose indicam uma redução considerável no rendimento. Dos 4.059 hectares plantados, 25% estão em fase de granação, 45% maduros e 30% colhidos, com produtividade média de 1.400 kg/ha.
Em Santa Maria, até o início das chuvas, 25% das lavouras haviam sido colhidas. Para o restante da safra, as perdas serão totais nos 740 hectares plantados.
Na região de Soledade, com 1.984 hectares cultivados, a colheita foi retomada entre 05 e 08/05 durante um período de tempo firme, mesmo em lavouras parcialmente maduras, para evitar futuros prejuízos devido às previsões de fortes chuvas. Até o momento, 55% da área foi colhida, mas as lavouras colhidas após as chuvas apresentam perdas elevadas, com mais de 50% dos grãos germinados. As áreas ainda em maturação e enchimento de grãos devem apresentar perdas significativas, embora ainda não quantificáveis.
O levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar indica que a cotação média da saca de feijão no Estado caiu de R$ 275,97 para R$ 270,34, uma retração de 2,04%.