Estiagem afeta produção de leite e força uso de silagem

A estiagem continua impactando a produção agropecuária no Rio Grande do Sul, segundo o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar na quinta-feira (30). Nas áreas mais atingidas, produtores registraram perdas em lavouras de milho para silagem e degradação dos campos nativos usados na alimentação do rebanho.

“Os produtores seguem monitorando moscas e carrapatos, adotando estratégias de controle sanitário”, informou a Emater/RS-Ascar. Apesar das dificuldades, o preço do leite permanece estável no estado.

Na região administrativa de Bagé, propriedades com reservas de feno e silagem têm obtido melhor produtividade e qualidade do leite. Em Caxias do Sul, a queda nas temperaturas favoreceu o conforto térmico e o bem-estar dos animais. “A sanidade dos rebanhos leiteiros permaneceu dentro da normalidade, com controle adequado de endo e ectoparasitas”, destacou o boletim.

Em Erechim, o estado nutricional das vacas foi considerado satisfatório. A redução das temperaturas tem aumentado o consumo voluntário de alimento pelos animais, o que levou os produtores a reforçarem a suplementação com silagem de verão e inverno, pré-secados e feno, especialmente nos rebanhos mantidos a pasto.

Na região de Frederico Westphalen, as chuvas e o clima mais ameno proporcionaram maior conforto térmico para os rebanhos. Já em Ijuí, o tempo seco favoreceu as condições de higiene dos animais e das instalações, refletindo na melhora da qualidade do leite.

Em Passo Fundo, a baixa oferta de volumosos exige ajustes no manejo nutricional. “São necessários ajustes nas dietas das vacas em lactação com alimentos conservados e concentrados, mas nem sempre isso é suficiente para evitar a redução da produção neste período de transição forrageira”, avaliou a Emater.

Na região de Pelotas, os produtores recorrem ao uso de silagem, ração e pastagens perenes irrigadas para suprir a alimentação. Apesar da queda na produção de leite na maioria das localidades, São Lourenço do Sul registrou leve aumento, atribuído à melhora nas condições climáticas e no bem-estar animal.

Em Porto Alegre, a comercialização de terneiros e vacas de descarte ocorre sem dificuldades, mas o principal desafio, segundo a Emater, tem sido engordar as vacas antes da venda.