EUA e Rússia podem ser a chave para o mercado altista

Uma crista de alta pressão surgiu recentemente no epicentro da região produtora de grãos da Rússia, captando a atenção do comércio de commodities. Tais picos de pressão na Rússia frequentemente coincidem com transições de El Niño para La Niña. Similarmente, nos EUA, uma crista semelhante pode afetar as Grandes Planícies e o Cinturão do milho e da soja, trazendo clima mais seco e quente. 

Produtores e comerciantes, buscando uma recuperação do mercado, monitoram essas regiões atentamente. Contudo, a demanda global por cereais e oleaginosas parece deficiente nos últimos meses. A produção sul-americana pode equilibrar a oferta. A incerteza dos preços futuros recai na demanda e na possível pressão de produção. A especulação se concentra no clima das culturas de verão nos EUA, Canadá e Rússia, sendo um potencial gatilho para a recuperação do mercado. 

Regiões como sul da Rússia, leste da Ucrânia e Cazaquistão enfrentaram precipitação escassa e calor excessivo, favorecendo o plantio e o crescimento das culturas. Uma queda na crista de alta pressão era esperada, permitindo alguma chuva, mas é previsto seu retorno no final de maio e junho, trazendo temperaturas mais altas e solo mais seco. O impacto do clima seco e quente será observado de perto, considerando os variados impactos dos anos anteriores, como 2010 e 2016, sendo 1988 notável pela seca que afetou a América do Norte simultaneamente.

O clima dos EUA tem variado, com um início de primavera chuvoso no leste do Centro-Oeste, deixando o solo úmido. Entretanto, uma mudança recente direcionou as chuvas para o oeste, afetando as áreas de produção de milho e soja. A seca está diminuindo em Iowa e estados próximos, com previsão de continuidade até o início de maio.