É hora de vender o feijão?
O fator capaz de alterar o mercado, por ora, seria uma eventual intervenção da Conab

A dúvida que mais ronda os produtores neste momento é direta: vender agora ou esperar mais um pouco? Segundo o Instituto Brasileiro do feijão e Pulses (Ibrafe), esse questionamento é natural em períodos de transição, quando o mercado dá sinais de recuperação justamente na virada de mês. O cenário atual mostra compradores ativos, buscando mercadorias a partir da nota 8 e pagando entre R$ 220 e R$ 230 nos lotes de melhor qualidade, o que representa uma oportunidade para quem precisa de caixa imediato.
Apesar disso, os especialistas alertam que o melhor momento de venda tende a se concentrar entre outubro e o início de janeiro, quando historicamente o mercado ganha força. Até lá, setembro pode trazer oscilações: logo no início do mês, é comum haver tentativas de recuo de preços por parte dos compradores, após o rally de valorização de final e início de período. Essa pressão, porém, tende a ser passageira, com chances de reação mais consistente já na segunda quinzena do mês.
No Feijão-preto, a situação segue distinta. O fator capaz de alterar o mercado, por ora, seria uma eventual intervenção da Conab, seja por meio do PEPRO ou outro mecanismo de suporte. Enquanto isso não acontece, a ampla disponibilidade de produto — incluindo lotes de menor qualidade que competem diretamente com os melhores nas gôndolas — mantém a referência pressionada para baixo. Já no caso do Feijão-caupi, a expectativa é de um setembro mais positivo em comparação a agosto, tanto no Mato Grosso quanto na Bahia.
O panorama atual reforça a necessidade de decisões individualizadas. Para os produtores que têm urgência em gerar liquidez, o momento de venda é agora, aproveitando o interesse dos compradores. Já para aqueles que podem segurar a mercadoria, há espaço para esperar uma reação do mercado nos próximos meses, reduzindo a pressão típica do período mais fraco do ano.