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Agro e mudanças climáticas: como reagir?

Um estudo recente mostrou que cerca de 28% das áreas agrícolas no Centro-Oeste do Brasil não são mais ideais


O agronegócio enfrenta desafios das mudanças climáticas, mas também tem oportunidades O agronegócio enfrenta desafios das mudanças climáticas, mas também tem oportunidades - Foto: Pixabay

Nos últimos anos, o agronegócio brasileiro tem enfrentado os impactos das mudanças climáticas globais, como o aquecimento global causado pela emissão de gases de efeito estufa, segundo Leandro Viegas, administrador de Empresas, bacharel em Direito e CEO da Sell Agro. Eventos extremos, como secas, inundações e ondas de calor, ameaçam a produção de alimentos. 

Um estudo recente mostrou que cerca de 28% das áreas agrícolas no Centro-Oeste do Brasil não são mais ideais para o cultivo de soja e milho devido às mudanças climáticas. Projeções indicam que esse número pode chegar a 50% até 2030 e 74% até 2060 sem medidas sustentáveis. Essas descobertas ressaltam a necessidade urgente de ações sustentáveis no setor agrícola brasileiro.

“O ano de 2023 e o início de 2024 têm revelado exatamente isso. As secas, por exemplo, causaram sérios prejuízos ao crescimento das culturas e reduziram os rendimentos das colheitas na região central do País. Agricultores em áreas propensas à seca muitas vezes enfrentam desafios adicionais na gestão dos recursos hídricos, buscando soluções como sistemas de irrigação mais eficientes ou o cultivo de variedades de plantas mais resistentes à situação de estresse. Por outro lado, as inundações repentinas ocorridas no Sul resultaram em perdas catastróficas de colheitas e danos à infraestrutura agrícola. As enxurradas em campos de cultivo podem levar ainda à erosão do solo, à perda de nutrientes, prejudicando a produtividade agrícola a longo prazo”, comenta.

O agronegócio enfrenta desafios das mudanças climáticas, mas também tem oportunidades de mitigar seus efeitos. Estratégias como manejo agroecológico, rotação de culturas e sistemas agroflorestais reduzem impactos negativos e emissões de gases de efeito estufa. A adoção de tecnologias como sensores, drones e análise de dados melhora a eficiência no uso de recursos. Embora inicialmente pareça custoso, à medida que os benefícios são percebidos, isso se torna um investimento para os produtores.

“Podemos perceber que o setor reconhece a que está comprometido em encontrar e em colocar em prática cada vez mais soluções inovadoras e sustentáveis para garantir a segurança alimentar e a resiliência do agro brasileiro. Avançar, ou não? Adotar, ou não? Investir ou não? São dúvidas que ficam. A questão é que as alterações são fatos, e o que se puder adotar para minimizar isso para a sociedade e para a atividade, sem dúvida deve passar a ser estratégia dentro das propriedades. Não é um caminho fácil, mas é necessário para que haja um equilíbrio e para que a atividade consiga ter continuidade e destacando o País como celeiro da produção mundial de alimentos”, conclui.
 

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