Projeto piloto de rastreabilidade bovina é lançado durante a Expointer
Cinquenta propriedades voluntárias vão participar do projeto piloto

Cinquenta propriedades voluntárias vão participar do projeto piloto de rastreabilidade individual de bovinos no Rio Grande do Sul, coordenado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). O lançamento do projeto foi realizado nesta quinta-feira (4/9), na Casa do Fundesa, durante a Expointer.
“A Seapi vem discutindo sobre rastreabilidade desde 2017, começando pelo gado leiteiro nas propriedades certificadas como livres de brucelose. Hoje temos 100 mil bovinos de leite identificados. A partir dessa experiência, entendemos que o estado já tem uma base de rastreamento que atende aos padrões do Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos (PNIB)”, destacou o secretário adjunto Marcio Madalena.
A rastreabilidade individual de bovinos é um sistema que permite acompanhar todo o ciclo da vida de um animal, dados sobre sua raça, sexo, idade, vacinas, até o abate. Esses dados ficam em um sistema, vinculado a um número de registro de um brinco ou bóton. A partir de um grupo técnico formado por representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), órgãos estaduais de sanidade agropecuária e associações de produtores, foi elaborado um plano estratégico para a implementação do PNIB, com escalonamento de prazos que totalizam oito anos de adaptação até a adoção obrigatória, a partir de 2033. "O Rio Grande do Sul tem interesse em ser pioneiro na implementação da rastreabilidade", frisou o secretário.
As 50 propriedades que irão participar do projeto piloto estão sendo selecionadas pelo Serviço Veterinário Oficial. “Mais de 20 municípios terão propriedades selecionadas, com diferentes características de produção, como leite e corte, ciclo completo, recria e terminação. Será com uma distribuição geográfica que nos dá um retrato fidedigno da agropecuária gaúcha”, complementou Madalena.
O secretário contou que o projeto foi desenhado a partir de conversas com uma grande diversidade de entidades e produtores, ligados aos segmentos de corte e leite, com estrutura empresarial ou familiar. O cronograma prevê que o projeto piloto seja concluído na Fenasul/Expoleite 2026 para, a partir dele, ser elaborado o Plano Estadual de Rastreabilidade Individual. “Praticamente todos os segmentos da pecuária no Rio Grande do Sul estiveram na discussão para a elaboração do projeto. O nosso plano estadual será escrito de dentro da porteira, para depois ir ao gabinete da secretaria”, frisou.
Três propriedades gaúchas já utilizam o sistema de rastreabilidade individual bovina e estão com animais participando da feira. “A Expointer já está com animais identificados de acordo com o que prevê o PNIB. Não poderíamos apresentar o projeto piloto só na projeção, queríamos apresentar já em funcionamento”, concluiu Madalena.
Durante o evento, também foi assinado um protocolo de intenções entre a Seapi e a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) para integração entre os sistemas de defesa agropecuária dos dois estados.