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Produção de grãos atinge recorde na safra 2024/25

Produção de grãos cresce 14% no Brasil



Foto: Divulgação

A produção de grãos no Brasil deve atingir 339,6 milhões de toneladas na safra 2024/25, conforme aponta o Boletim Logístico de julho da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quarta-feira (23). O volume representa um recorde e um crescimento de 14,2% (ou 42,2 milhões de toneladas) em relação ao ciclo anterior.

De acordo com a Conab, o resultado reflete uma combinação de fatores como “clima favorável, ampliação da área plantada, maior investimento tecnológico e estímulo por políticas públicas”. A área cultivada foi estimada em 81,8 milhões de hectares, com alta de 2,3% em comparação ao ciclo anterior.

A soja liderou a expansão com aumento de 3,2% na área plantada, o equivalente a 1,5 milhão de hectares, seguida pelo milho, que cresceu 2,4% (507,8 mil hectares), e pelo arroz, com incremento de 140,8 mil hectares. Mesmo com dificuldades no cultivo de culturas de inverno devido ao excesso de chuvas no Sul, os demais cultivos seguem em bom andamento.

A produção de soja está estimada em 169,5 milhões de toneladas, crescimento de 14,7% em relação à safra passada. A produtividade média nacional foi recorde, atingindo 3.560 kg/ha, com destaque para Goiás, onde chegou a 4.122 kg/ha. O milho, somando as três safras, deve alcançar 132 milhões de toneladas, alta de 14,3%. Em Mato Grosso, a colheita avança com rendimentos acima das expectativas. Já no Paraná, a umidade elevada tem interrompido os trabalhos no campo.

Em outras regiões, a colheita segue em ritmos distintos. Em Minas Gerais e Tocantins, as condições climáticas favoreceram os trabalhos. No Maranhão, mais da metade da área já foi colhida com boa produtividade. No Pará, o avanço se concentra nas regiões da BR-163 e Redenção, com rendimentos superiores aos inicialmente estimados.

As exportações de soja, por sua vez, somaram 13,42 milhões de toneladas em junho, queda de 4,82% em relação ao mês anterior. A retração está associada à revisão nas projeções do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), que manteve as estimativas de produção do Brasil, mas reduziu a previsão de exportações brasileiras para menos de 106,22 milhões de toneladas, conforme a própria Conab.

Apesar do recuo, o Brasil mantém posição estratégica no mercado internacional, com grandes volumes disponíveis para exportação. A demanda chinesa se mantém firme, especialmente em razão da resistência de Pequim em adquirir soja dos Estados Unidos e das barreiras impostas pela Argentina à exportação, com o retorno de impostos.

O milho brasileiro também ganha competitividade. A China continua comprando de forma cautelosa, mas há expectativa de aumento nas exportações brasileiras. “O desafio está no ajuste de preços para garantir uma demanda firme e sustentável nos mercados internacionais”, aponta o boletim da Conab.

Enquanto isso, o USDA elevou sua estimativa de exportações dos Estados Unidos de 67,31 para 69,85 milhões de toneladas. Já as vendas brasileiras foram mantidas em 43 milhões, número superior aos 36 milhões previstos pela Conab. Tensões comerciais, como a imposição de tarifas de 35% sobre o Canadá e de 30% sobre o México e Europa, têm aumentado a aversão ao risco e contribuído para a queda nas cotações internacionais.

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