Trigo segue com pouca liquidez
No Paraná, os moinhos estão abastecidos até a chegada da nova safra

O mercado de trigo no Sul do Brasil segue travado, com pouca liquidez e margens apertadas para os moinhos. Segundo a TF Agroeconômica, no Rio Grande do Sul as negociações continuam pontuais, concentradas para agosto e setembro, apesar da leve alta de 0,31% nos preços do Cepea no dia anterior.
Lotes de qualidade que permitem reduzir a dependência do trigo argentino chegam a R$ 1.380,00/t no interior, mas são raros. A maior parte das ofertas está na faixa de R$ 1.380,00/t posto moinho na Serra e região metropolitana, e R$ 1.350,00/t no centro do estado. Exportadores pagam R$ 1.300,00/t no porto para entrega em dezembro, com 4% da safra nova já negociada.
Em Santa Catarina, o cenário é de estabilidade, com moinhos operando apenas na reposição e aproveitando oportunidades. A oferta de trigo gaúcho impede altas, com preços entre R$ 1.330,00 e R$ 1.360,00/t FOB, acrescidos de frete e ICMS. O trigo importado em Paranaguá está mais competitivo que o paranaense, enquanto a safra nova ainda não tem indicações de preços. A Conab prevê queda de 6,3% na produção estadual, mesmo com aumento de área, devido à redução de 8,1% na produtividade.
No Paraná, os moinhos estão abastecidos até a chegada da nova safra, o que mantém a pressão sobre os preços. Compradores oferecem até R$ 1.450,00/t CIF para lotes de excelente qualidade, enquanto vendedores resistem a recuar abaixo de R$ 1.500,00/t FOB. Para safra futura, há negócios pontuais a R$ 1.450,00/t em outubro e R$ 1.350,00/t em novembro. A oferta abundante de trigo gaúcho continua influenciando, enquanto o importado mantém preços a US$ 272/t em Paranaguá.
Os preços pagos aos produtores paranaenses recuaram 1,55% na semana, para média de R$ 75,88/saca, ainda acima do custo de produção de R$ 72,89. O lucro médio caiu de 5,73% para 4,10%, distante dos 32,1% já oferecidos no mercado futuro, reforçando a tendência de retração dos ganhos conforme a colheita se aproxima.