Qualidade foi o foco central da Missão Compradores no Oeste Baiano
Missão internacional visita Bahia para conhecer controle e qualidade do algodão

Depois de uma imersão na cotonicultura mato-grossense, a Missão Compradores, da Associação Brasileira dos Produtores de algodão (Abrapa), seguiu para a Bahia, segundo maior estado produtor. No Oeste Baiano, a comitiva formada por 20 executivos de indústrias têxteis, de seis diferentes países asiáticos, aprendeu mais sobre como o Brasil realiza o controle e a classificação dos indicadores de qualidade do algodão.
“Um dos aspectos fundamentais para o comprador é a confiabilidade do produto. Por isso há tanto interesse nos parâmetros de qualidade e rastreabilidade do algodão brasileiro. A visita na Bahia deixou claro para os compradores que o sistema que adotamos é seguro e eficiente”, avaliou Gustavo Piccoli, presidente da Abrapa.
Além da fazenda e da algodoeira do grupo Sete Povos Agro, em Luís Eduardo Magalhães, a comitiva de importadores visitou o laboratório de análise de fibras da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), na mesma cidade. A unidade é a maior da América Latina, com 16 máquinas do tipo High Volume Instrument (HVI), atendendo a região do Matopiba (Maranhão, Tocantis, Piauí e Bahia).
Controle e qualidade em foco
Marcelo Duarte, diretor de Relações Internacionais da Abrapa, explica que um dos diferenciais da cotonicultura brasileira é o agrupamento de fardos conforme a ordem, a data e o local da colheita. “Essa separação por variedades é um método comum nas algodoeiras nacionais e confere mais uniformidade aos lotes”, observou. “O sistema de classificação é o mesmo em todo o Brasil, independentemente do estado. Isso dá mais confiança ao processo”, comentou.
O controle nos processos de beneficiamento e o investimento na melhoria das características intrínsecas da fibra agradaram Tahrin Aman, executivo da Aman Spinning Mills, de Bangladesh. “A evolução de cinco anos para cá no algodão brasileiro é enorme. Voltei a comprar do Brasil no ano passado e não penso em parar”, afirmou ele.
Satisfeito com o comprimento, a cor e a resistência da pluma, Aman avaliou positivamente o que encontrou durante a Missão Compradores. “Para nós, de Bangladesh, segundo maior consumidor de pluma do mundo, o Brasil é um importante fornecedor e queremos comprar mais e mais deste algodão”, enfatizou.
Shailesh Patil, trader de algodão da Cofco para a Índia, avalizou a qualidade da pluma brasileira e explicou por que agora se sente mais confiante para recomendar o produto nacional. “Fiquei impressionado com o tamanho das fazendas, com a qualidade das plantas e os níveis de produtividade. Essa experiência superou todas as ideias que eu tinha e me convenceu sobre o potencial do Brasil em produzir ainda mais”, declarou.
Estratégia de promoção internacional
A Missão Compradores é um intercâmbio realizado pela Abrapa há nove anos. Integra as ações do Cotton Brazil, programa de promoção internacional do algodão brasileiro realizado pela Abrapa. A iniciativa conta com a parceria da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e apoio da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea).
Neste ano, a comitiva somou 20 executivos de fiações e indústrias têxteis de seis países: Bangladesh, China, Índia, Paquistão, Turquia e Vietnã, que, juntos, responderam por 84,9% das exportações brasileiras de algodão no ano comercial 2024/25.