Soja fecha em alta em Chicago com apoio do mercado climático
O cenário de alta foi sustentado por fatores climáticos adversos

Segundo informações da TF Agroeconômica, os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão desta terça-feira (21) em leve alta, impulsionados principalmente pelo mercado climático e preocupações com a produção sul-americana. O contrato de julho, referência para a safra brasileira, subiu 0,21%, ou 2,25 cents por bushel, encerrando a US\$ 1053,00.
Já o contrato de agosto fechou com alta de 0,24%, a US\$ 1050,25. No mercado de derivados, o farelo de soja julho avançou 0,52%, a US\$ 292,6 por tonelada curta, enquanto o óleo de soja teve valorização de 0,12%, a US\$ 49,50 por libra-peso.
O cenário de alta foi sustentado por fatores climáticos adversos que ameaçam a oferta global de grãos. Na Argentina, a Bolsa de Grãos de Buenos Aires expressou sérias preocupações com o potencial produtivo da safra 2024/25, após fortes tempestades que causaram alagamentos de até 38 centímetros em algumas lavouras da província de Buenos Aires. A entidade citou "perdas significativas", além de impactos estruturais, como danos residenciais e fechamento de rodovias, que podem dificultar ainda mais as operações agrícolas.
Além disso, problemas nas regiões produtoras de trigo e milho da China também contribuíram para o movimento altista. Embora o país seja autossuficiente nesses grãos, qualquer quebra de safra pode gerar maior demanda externa, especialmente por soja e outros produtos, para compensar as perdas e equilibrar o abastecimento interno. Essa expectativa reforça o sentimento de que a demanda global por grãos pode se intensificar nos próximos meses.
Outro fator que sustentou as cotações foi a atuação dos fundos de investimento, que aproveitaram o momento para realizar compras diante da incerteza climática. O excesso de água nas regiões agrícolas da Argentina deve atrasar a colheita, reduzir os volumes e comprometer a qualidade tanto dos grãos ainda em campo quanto daqueles estocados, adicionando mais um elemento de risco ao mercado.