Como a tecnologia pode melhorar o arroz?
O armazenamento do arroz está em pauta

Segundo o engenheiro agrônomo Nathan Vanier, em publicação no LinkedIn, é comum na indústria do arroz a percepção de que "arroz para ser bom de panela precisa ser armazenado por um tempo". Isso porque o armazenamento provoca alterações nos grãos que resultam em melhores características na cocção, como maior elongação, absorção de água, menor desintegração e maior coesividade, fatores que garantem a tão valorizada "soltabilidade", especialmente desejada por consumidores de arroz longo fino.
Essas melhorias, no entanto, dependem de variáveis como a cultivar utilizada e as condições de armazenamento — principalmente umidade, temperatura e tempo. De acordo com Vanier, o mestrando Paulo Azevedo, coorientado no Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFPel (PPGCTA UFPel), publicou recentemente um artigo de revisão sobre os fenômenos que ocorrem no arroz durante o armazenamento e que influenciam positivamente na qualidade dos grãos cozidos.
O estudo também explora possibilidades de acelerar esse "envelhecimento" natural do arroz por meio de tecnologias emergentes. Métodos como radiofrequência, ultrassom e micro-ondas estão sendo testados em diferentes partes do mundo para reproduzir, em menos tempo, os efeitos benéficos do armazenamento prolongado sobre a qualidade do arroz.
“E se pudéssemos acelerar esse processo de "envelhecimento" natural para obter o arroz mais soltinho possível sem precisar meses de armazenamento? No artigo também estão apresentadas tecnologias emergentes testadas no mundo todo, tais como radiofrequência, ultrassom, micro-ondas, entre outras, para acelerar este processo”, conclui.