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Irã em conflito ameaça fertilizantes do Brasil

Vale lembrar que o Brasil não é autossuficiente na produção de ureia



Vale lembrar que o Brasil não é autossuficiente na produção de ureia Vale lembrar que o Brasil não é autossuficiente na produção de ureia - Foto: Canva

Com base em informações de Jeferson Souza, analista de inteligência de mercado da Agrinvest Commodities, o Irã é peça-chave para o mercado de Ureia, produzindo cerca de 9 milhões de toneladas em 2024 e exportando, em média, entre 4,5 e 5,5 milhões de toneladas ao ano, sendo que aproximadamente 25% desse volume tem como destino o Brasil, que depende em 17% da Ureia iraniana.

“Presumo que não seja novidade para ninguém que acompanha o mercado de fertilizantes a importância do Oriente Médio no fornecimento global de fertilizantes (sobretudo N). Quando olho especificamente para o Irã, com base nos dados que compilamos do ano passado, podemos assegurar que cerca de 17% do que importamos veio de lá”, comenta.

Essa relevância ganha ainda mais destaque em meio aos atuais conflitos envolvendo o país, o que acende um sinal de alerta para o setor de nitrogenados. O Oriente Médio, de forma geral, é fundamental no fornecimento global de fertilizantes nitrogenados, especialmente a ureia, e qualquer tensão geopolítica pode impactar diretamente os custos de produção agrícola no Brasil.

Vale lembrar que o Brasil não é autossuficiente na produção de ureia — importa 100% do que consome. Assim, qualquer instabilidade em grandes exportadores como o Irã tende a refletir nos preços pagos pelos produtores rurais, que já lidam com margens apertadas e forte dependência do insumo para manter a produtividade.

Diante desse cenário de incertezas, que coincide com um importante leilão de compra de ureia pela Índia, o conselho é acompanhar de perto os desdobramentos para planejar bem o abastecimento, principalmente visando a próxima safra de verão e o safrinha de 2026. O gráfico ilustra a participação iraniana e a relevância de outros fornecedores para o Brasil.

“Enfim, antes de tirar qualquer conclusão precipitada, vejo como imperativo que, neste momento, o produtor acompanhe o que está acontecendo para ter um entendimento mais claro do futuro — especialmente em relação à safra de verão, para a qual ainda temos volume, e ao safrinha 2026”, conclui.
 

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