Trigo segue pressionado
Para os moinhos, a recomendação é aproveitar o momento de preços baixos

O mercado de trigo segue pressionado pelos grandes volumes de colheita no Hemisfério Norte, no Brasil e na Argentina, cenário que mantém os preços internacionais e domésticos em baixa. De acordo com a TF Agroeconômica, a tendência é que, com o avanço do consumo dos estoques após o encerramento das colheitas, as cotações voltem a subir gradualmente, sobretudo a partir de fevereiro de 2026.
Para os moinhos, a recomendação é aproveitar o momento de preços baixos para comprar contratos futuros. A consultoria destaca que esses contratos custam 41% menos do que os juros pagos em financiamentos bancários e 88% a menos do que a compra de trigo à vista, garantindo acesso a volumes maiores de matéria-prima com menor custo e ainda oferecendo proteção contra futuras altas do mercado físico. Segundo a empresa, essa estratégia permite gastar menos e ampliar a margem de lucro, reduzindo riscos para o setor industrial.
No cenário internacional, o relatório de oferta e demanda do USDA trouxe novidades relevantes. Para a safra americana 2025/26, foram mantidas as projeções de oferta e consumo domésticos, mas as exportações aumentaram em 680 mil toneladas, reduzindo os estoques finais para 22,97 milhões de toneladas, ligeiramente abaixo do ano passado. Já o preço médio projetado caiu para US$ 5,10 por bushel, reflexo dos números reportados até agora.
Globalmente, a expectativa é de maior produção, consumo e comércio. A oferta aumentou em 9 milhões de toneladas, puxada por ganhos na Austrália, União Europeia e Rússia. Com isso, o consumo global subiu para 814,5 milhões de toneladas, enquanto o comércio deve alcançar 214,7 milhões. Os estoques finais foram ajustados para 264,1 milhões de toneladas, reforçando o cenário de abundância no curto prazo.