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Agricultura familiar ganha protagonismo com novas soluções em mecanização na Expointer

Expansão com foco no pequeno produtor



Foto: Sheila Flores

Modelos compactos de tratores voltados para pequenas propriedades são destaque na feira gaúcha, refletindo mudanças no perfil da mecanização no Brasil.

A Expointer 2025, realizada em Esteio (RS), abriu espaço para um debate no agronegócio brasileiro: como viabilizar mecanização acessível e eficiente para a agricultura familiar? A resposta tem sido dada por fabricantes que apostam em tratores de menor porte e alta versatilidade, desenvolvidos sob medida para pequenas propriedades, produção de arroz, fruticultura e pecuária de leite.

Um dos destaques deste ano foi a apresentação de modelos com potência entre 25 e 65 cavalos, voltados para produtores que atuam em áreas reduzidas, terrenos irregulares ou sistemas diversificados. “Hoje em dia, a produção precisa ser mecanizada. Sem isso, a propriedade fica restrita à subsistência”, afirma Astor Kilpp, consultor de produto e marketing, em entrevista ao Agrolink News durante a feira.

Expansão com foco no pequeno produtor

Com capacidade instalada para produzir até 5 mil tratores por ano, uma das fabricantes presentes reforçou sua estratégia de crescimento ancorada na agricultura familiar. A planta industrial brasileira é a única fora da Ásia, reflexo da importância estratégica do Brasil para o segmento.

“A decisão de abrir uma fábrica aqui levou três anos de estudos. O mercado brasileiro tem uma base sólida de pequenos produtores que precisam de equipamentos acessíveis, robustos e com assistência técnica próxima”, explica Kilpp. O executivo destaca ainda que o próprio país de origem da empresa, a Coreia do Sul, tem tradição em propriedades de menor escala, o que moldou o DNA dos produtos.

Mecanização sob medida

Na feira, o portfólio apresentado inclui tratores com alta capacidade de manobra, compatíveis com implementos utilizados em horticultura, culturas permanentes e produção leiteira. As máquinas prometem atender demandas como plantio, pulverização, adubação e colheita em ambientes onde grandes equipamentos não operam com eficiência.

Segundo Kilpp, o diferencial está na combinação entre tecnologia simplificada e custo-benefício. “O pequeno produtor é exigente. Ele quer uma máquina que funcione bem, consuma pouco e tenha manutenção simples”, ressalta.

Relevância para o setor

Dados do Censo Agropecuário do IBGE apontam que mais de 77% dos estabelecimentos rurais no Brasil são classificados como agricultura familiar. Esse universo é responsável por 23% do PIB agropecuário, o que reforça o papel das pequenas propriedades na segurança alimentar, no emprego rural e na produção diversificada.

O estímulo à mecanização nesse segmento também tem ganhado força nas políticas públicas. Programas como o Mais Alimentos (Pronaf) e incentivos estaduais buscam facilitar o acesso a financiamentos para aquisição de tratores compactos.

Próximos passos e impacto

A presença de tecnologias específicas para pequenos agricultores na Expointer marca um novo momento do setor. Se antes a mecanização era privilégio de grandes produtores, hoje ela se torna condição de competitividade para todas as escalas de produção.

Para Kilpp, a tendência é de expansão contínua: “O pequeno produtor brasileiro é resiliente, sabe o que precisa, e agora começa a ter mais opções adequadas ao seu dia a dia.”

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