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Soja e milho fecham GAFFFF com debate sobre biotecnologia, armazenagem e crédito rural

Grãos foram os protagonistas do painel de encerramento



Foto: Divulgação

Os grãos que movem o agronegócio brasileiro foram os protagonistas do painel de encerramento do Global Agribusiness Festival (GAFFFF) 2025. A soja e o milho, pilares da agricultura nacional, pautaram a conversa sobre os desafios e conquistas do Brasil, hoje um dos principais players do comércio agrícola internacional.

Com moderação de Paulo Bertolini, presidente da Abramilho, o painel reuniu nomes estratégicos do setor: Bernhard Kiep, presidente da Maizall; Guilherme Campos Júnior, secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa); e Vitor Gaspar, head da Offshore Commodities Division da XP Cayman.

Na avaliação dos participantes, o sucesso da agricultura brasileira não aconteceu por acaso. A combinação entre o empreendedorismo do produtor rural, o avanço da biotecnologia e o trabalho técnico da Embrapa foram peças-chave para que o país se tornasse uma potência exportadora.

“O Brasil fez uma verdadeira revolução agrícola em pouco tempo. Tudo que temos hoje parece ainda insuficiente diante do tamanho da nossa produção”, afirmou Guilherme Campos. Para o secretário, o próximo passo é enfrentar os gargalos estruturais, especialmente no que diz respeito à armazenagem. “Além de reconhecer o problema, é preciso mapear onde estão os déficits de forma regionalizada, para agir com mais precisão”, afirmou.

Bernhard Kiep reforçou que o desafio da biotecnologia, especialmente do milho transgênico, ainda impõe barreiras no comércio global. “Alguns países ainda resistem à biotecnologia, o que dificulta o avanço do setor. Por isso, é essencial que os países exportadores atuem de forma conjunta, com base em ciência, lógica e bom senso”, defendeu.

Já Vitor Gaspar trouxe à discussão o papel do mercado financeiro como parceiro estratégico da cadeia agro. “O setor financeiro não é exatamente uma engrenagem da máquina, mas funciona como o óleo que faz tudo rodar com eficiência”, comparou. Para ele, ainda faltam instrumentos adequados para mitigar riscos e ampliar a previsibilidade, sobretudo em operações no exterior.

Campos também destacou o Plano Safra como um instrumento essencial para garantir liquidez ao produtor. Segundo ele, embora o setor privado tenha ganhado espaço e hoje represente parte expressiva do financiamento ao agro, o plano ainda é uma âncora importante. “O Plano Safra segue como base da sustentação do crédito rural, mas sabemos que ele não dá conta de tudo. A integração entre o público e o privado será cada vez mais necessária”, concluiu.

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