Tarifa dos EUA pressiona economia brasileira
“Esses instrumentos são fundamentais para sustentar relações comerciais"

A partir de agosto de 2025, a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros deve gerar efeitos que ultrapassam o universo das exportações. O impacto se estende a toda a cadeia produtiva, atingindo também empresas que atuam exclusivamente no mercado interno, o que intensifica a preocupação com a estabilidade do comércio internacional e com os reflexos imediatos em setores estratégicos da economia nacional.
Nesse contexto, ganha destaque a necessidade de diversificação de mercados e parceiros, como forma de reduzir riscos geopolíticos e fortalecer a resiliência empresarial. Essa estratégia, no entanto, exige investimentos na abertura de novos canais de comércio, além de um esforço conjunto entre setor privado e governo para garantir competitividade, transparência e políticas comerciais consistentes.
“Esses instrumentos são fundamentais para sustentar relações comerciais internacionais de longo prazo. A segurança jurídica, tanto do ponto de vista institucional quanto contratual, será um diferencial cada vez mais relevante", aponta Nailía Aguado Ribeiro Franco, da Andersen Ballão Advocacia.
Do ponto de vista jurídico, as empresas precisam se atentar para a elaboração de contratos mais robustos, que contemplem cláusulas de estabilidade, alocação de riscos e medidas de mitigação diante de mudanças no ambiente regulatório e comercial. A segurança jurídica, tanto institucional quanto contratual, tende a se consolidar como fator determinante na manutenção de relações comerciais sustentáveis em longo prazo.
“Negociações bilaterais, negociações entre e intrablocos, articulações junto à OMC, medidas de reciprocidade e mecanismos de apoio aos setores mais atingidos precisam avançar de forma simultânea. Esse movimento amplia o poder de barganha do país e reduz os efeitos adversos das tarifas”, conclui.