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Preços de alimentos podem cair no Brasil

Frutas como manga e uva veem oferta elevada pressionando os preços



Frutas como manga e uva veem oferta elevada pressionando os preços Frutas como manga e uva veem oferta elevada pressionando os preços - Foto: Pixabay

As tarifas de importação de até 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, em vigor desde 6 de agosto, estão pressionando o mercado interno de pescados, frutas, carnes e café. O redirecionamento dessas exportações para o consumo doméstico aumenta a oferta e deve reduzir os preços no curto prazo, mas especialistas alertam para possíveis altas a médio prazo caso a produção seja afetada. Rogério Marin, CEO da Tek Trade e presidente do Sinditrade, analisa os impactos e as tendências de cada produto.

“No curto prazo, o consumidor verá preços mais acessíveis, já que frigoríficos como JBS e Minerva estão redirecionando a produção para o mercado interno ou para outros países, como Chile e China”, diz Marin.

No setor de pescados, especialmente tilápia, o excedente voltado ao mercado interno já provoca queda de preços. Dados do IPCA-15 de julho mostram recuo de 2,03% nos pescados. Carnes, como a bovina, também registraram queda no atacado e no preço da arroba, beneficiando o consumidor, enquanto frigoríficos buscam alternativas em outros mercados, como Chile e China.

Frutas como manga e uva veem oferta elevada pressionando os preços. No Vale do São Francisco, a manga tommy caiu 4% em julho e pode cair ainda mais se o excedente não for absorvido. O açaí, mais voltado ao mercado interno, sofre impacto menor, mas a perecibilidade limita estratégias de estoque.

O café, por sua vez, teve alta recente em Nova York, mas o aumento interno pode ser temporário. Marin alerta que a capacidade de redirecionar as exportações será crucial para evitar estoques excessivos e novas quedas de preços. O governo busca novos mercados e exclusões de tarifas para alguns produtos, mas a adaptação exige tempo, enquanto o consumidor brasileiro aproveita alívio temporário nos preços. “Redirecionar exportações exige tempo e adaptação a exigências sanitárias e logísticas de novos mercados. Enquanto isso, o consumidor brasileiro pode se beneficiar de preços mais baixos, mas deve se preparar para oscilações no segundo semestre e em 2026”, conclui.
 

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