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Estudo testa amostragem de solos por equipamentos automatizados

Mensuração e o monitoramento do carbono destaca o potencial de mitigação



Foto: Canva

As pesquisas com solos receberam novos equipamentos automatizados para auxiliar na coleta de amostras. Por meio de um contrato de cooperação técnico-financeiro com a empresa Saci Soluções, equipamentos elétricos, como broca, e hidráulicos, como sonda, foram utilizados para coleta de amostras e análises, na Embrapa Gado de Corte, Campo Grande (MS).

Para um centro de pesquisa que lidera a Plataforma Pecuária de Baixo Carbono, ter tecnologias avaliadas em sistemas agropecuários que detalham o solo e seus componentes, especialmente do carbono, é imprescindível. O pesquisador Ademir Fontana explica que a “mensuração e o monitoramento do carbono destaca o potencial de mitigação ou adaptação dos sistemas frente o aquecimento global pelos gases de efeito estufa, com destaque para o sequestro e estoque do CO2 na forma de matéria orgânica do solo”.

O amostrador hidráulico automatizado, por exemplo, é capaz de inserir um tubo metálico do tipo sonda no solo e extrair um monólito ou testemunho que pode ser seccionado em camadas para ambas as formas, deformadas ou indeformadas. Ele se apresenta com potencial para substituir os métodos convencionais.

As primeiras coletas aconteceram na primeira semana de julho e, após 24 meses, a equipe de solos da Unidade, liderada por Fontana, ao lado dos pedólogos Manuel Macedo e Alexandre Romeiro, esperam definir uma metodologia referente às formas e aos métodos de coleta, e comparar os resultados de atributos da fertilidade e da densidade do solo, a partir da incorporação desses novos instrumentos.

Os especialistas também vão fazer possíveis ajustes para operacionalização da coleta com a equipe da Saci Soluções. O diretor-geral da empresa, Ronaldo Martins, ratifica que as duas organizações vão validar o processo juntas, “verificando a viabilidade do equipamento, garantindo mais acurácia e uma validação criteriosa e consistente”.

Fontana explana ainda que a amostragem de maior expressão é aquela obtida na forma deformada utilizada para as análises da fertilidade do solo e pode ser realizada de forma manual (minitrincheira, pá reta, enxadão, trado e sonda) ou automatizadas (brocas ou sondas). No entanto, não contempla a forma indeformada, que é necessária para obter a densidade do solo para avaliação dos estoques de carbono.

“Para essa amostragem, o método padrão ou referência é aquele do anel volumétrico metálico (de 50 a 100 cm-3), o que exige escavação do solo (abertura de minitrincheira), seguido da coleta das amostras nas camadas desejadas e posterior fechamento da minitrincheira”, detalha.

Segundo o pesquisador, “o diferencial nesse estudo é a validação de uma tecnologia que abarque o amostrador automatizado para a obtenção de amostras de solo deformada e indeformada. Essa possibilidade, além de inovadora, traz a redução de custos, mão-de-obra, tempo de execução e possibilidade de inserir diretamente no mercado tecnologia, que possa auxiliar o produtor e demais interessados quanto aos aspectos relacionados à qualidade do solo e estoque de carbono”.

Martins complementa que o instrumento é entre 10 a 15 vezes mais rápido que o processo manual de coleta e com qualidade superior. O amostrador pode resolver dois desafios da pedologia: a variedade de solos encontrados no País e o uso de georreferenciamento para uma amostragem bem distribuída.

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