Cafeicultura movimenta US$ 493 milhões em defensivos
Os fungicidas foliares lideraram o mercado

A cafeicultura brasileira movimentou US$ 493 milhões em defensivos agrícolas na safra 2024-25, segundo o levantamento FarmTrak Café, da Kynetec Brasil. O valor foi impulsionado pelo aumento de 20% na intensidade de tratamentos, apesar da queda de 10% nos preços e do impacto cambial negativo. A área potencial tratada alcançou 35,2 milhões de hectares.
Os fungicidas foliares lideraram o mercado, com US$ 143 milhões, seguidos por produtos aplicados no solo/drench (US$ 107 milhões), inseticidas foliares (US$ 106 milhões) e herbicidas (US$ 94 milhões). Os nematicidas, por sua vez, tiveram crescimento significativo, atingindo US$ 26 milhões, refletindo maior preocupação com pragas e doenças como broca-do-café, ferrugem e cercospora.
“Esse crescimento em adoção de tecnologias reflete cenários de pressão de pragas, doenças fúngicas e nematoides, bem como a demanda por herbicidas face à incidência de plantas invasoras”, ressalta Cristiano Limberger, especialista em pesquisas da Kynetec. “Houve registro acentuado de pragas e doenças-chave do café, tais como broca-do-café, ferrugem, cercospora e as plantas invasoras trapoeraba, buva, capim-pé-de-galinha e corda-de-viola”, ele exemplifica.
A área cultivada com café se manteve estável em 2,1 milhões de hectares, sendo 83% de arábica e 17% de robusta/conilon. O Sul de Minas segue como maior polo produtor, com 28% da área, seguido por Espírito Santo (20%), Cerrado Mineiro (17%) e Vale do Rio Doce-Zona da Mata (17%). São Paulo concentra 10%, enquanto Roraima, Bahia e Paraná somam 7% do cultivo.
O estudo da Kynetec envolveu mais de 1,1 mil entrevistas com cafeicultores das principais regiões do país, oferecendo uma visão detalhada do mercado de defensivos e da adoção tecnológica na cafeicultura nacional.