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Dependência do fósforo ameaça agricultura

“Hoje somos dependentes da adubação fosfatada"



“Hoje somos dependentes da adubação fosfatada" “Hoje somos dependentes da adubação fosfatada" - Foto: Pixabay

A agricultura mundial enfrenta um alerta crescente em relação à dependência da adubação fosfatada. O Fósforo é um nutriente essencial para o desenvolvimento das plantas, influenciando processos como enraizamento, formação de sementes e qualidade dos grãos. No entanto, trata-se de um recurso mineral não renovável, com reservas concentradas em poucos países, o que aumenta o risco de escassez e encarecimento, colocando em risco a segurança alimentar global.

Nos solos tropicais, como os do Brasil, a baixa disponibilidade natural de fósforo reforça a necessidade de adubação. O problema é agravado pelo fenômeno da fixação, em que o nutriente rapidamente deixa de estar disponível para as plantas, exigindo aplicações em quantidades muito superiores às realmente necessárias. Isso eleva os custos de produção e acelera o esgotamento das reservas mundiais.

“Hoje somos dependentes da adubação fosfatada. Para alcançar altas produtividades, é necessário um manejo sustentável não apenas ambientalmente, mas também economicamente. E isso passa, inevitavelmente, pelo uso do P, que é o grande gargalo”, explica Luiz Fernando Ribeiro, engenheiro agrônomo e responsável pela área de desenvolvimento de negócios da Superbac em Minas Gerais e Goiás.

Frente a esse desafio, surgem alternativas tecnológicas capazes de aumentar a eficiência do uso do fósforo. Fertilizantes organominerais, já utilizados há décadas, e o avanço no uso de microrganismos que tornam o nutriente assimilável pelas plantas se destacam como soluções promissoras. Também ganham espaço os produtos biotecnológicos que combinam adubos químicos a condicionadores biológicos de solo, ampliando a absorção de nutrientes e reduzindo a dependência de insumos minerais.

Apesar dos avanços, a adoção dessas tecnologias ainda enfrenta barreiras culturais e econômicas. A tradição de aplicar doses elevadas de fósforo, aliada à baixa fertilidade dos solos tropicais, dificulta mudanças de prática no campo. Para garantir a sustentabilidade da produção agrícola no longo prazo, é fundamental que produtores e indústria caminhem juntos em busca de soluções que mantenham a produtividade sem comprometer as gerações futuras.
 

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