Moagem reduzida e mercado vendedor marcam cenário do trigo
Em Santa Catarina, o cenário é ainda mais desafiador

Segundo informações da TF Agroeconômica, publicadas nesta quinta-feira (8), os moinhos do Rio Grande do Sul operaram em 2024 com apenas 70,2% da sua capacidade instalada, mesmo com um leve aumento na moagem. O estado tem capacidade para processar 1,78 milhão de toneladas, mas utilizou apenas 1,25 milhão.
A maioria dos moinhos gaúchos são médios e, segundo a ABITRIGO, preferem reduzir a moagem a operar com prejuízo. Já os grandes grupos, embora ampliem a produção, amargam prejuízos que já impactam seus balanços. A comercialização do trigo tem sido intensa nas últimas semanas, com produtores vendendo para cooperativas, que tentam repassar os volumes aos moinhos. Os preços seguem pressionados, com negócios pontuais a R$ 1.400/t e ofertas chegando a R$ 1.390/t para trigo PH 76, enquanto o mercado ainda carrega cerca de 50 mil toneladas à venda.
Em Santa Catarina, o cenário é ainda mais desafiador. A utilização da capacidade de moagem foi de apenas 65,7% em 2024, 409,95 mil toneladas frente a uma capacidade de 624,3 mil. A principal dificuldade é a competição com grandes grupos em outras regiões. Apesar disso, há uma solução em estudo para aumentar a saída de farinha catarinense, segundo a TF Agroeconômica. No mercado, os moinhos locais se mostram cautelosos diante de ofertas vindas do RS com preços menores. Os preços da pedra se mantiveram estáveis nas principais praças, entre R$ 75,00 e R$ 80,00 por saca, dependendo da cidade.
No Paraná, o mercado atual se mantém firme com preços entre R$ 1.600,00 e R$ 1.650,00 FOB, com alguns negócios CIF chegando a R$ 1.700,00/t — valores ainda acima dos preços dos trigos importados. A safra nova, por outro lado, está sem movimentação relevante, com compradores indicando valores de R$ 1.450,00 a R$ 1.500,00 CIF moinho, patamar semelhante ao do início da safra passada, equivalendo a R$ 82,78 por saca no mercado de lotes.