Trigo: RS registra aumento de ofertas, SC mantém estabilidade
Em Santa Catarina, os moinhos reduziram a moagem e as compras

Segundo análise da TF Agroeconômica divulgada nesta quarta-feira (14/08), o mercado de trigo no Sul do Brasil segue com dinâmicas distintas entre os estados. No Rio Grande do Sul, mais de 50 mil toneladas foram ofertadas, representando cerca de 10% do saldo remanescente da safra. Negócios pontuais ocorreram a R$ 1.450,00 por tonelada, mas já há ofertas até R$ 1.430,00 dependendo da região. Os moinhos catarinenses continuam fora do mercado, o que reforça a expectativa dos compradores de que os preços possam ceder até o fim do mês. O trigo futuro para entrega em dezembro segue cotado a R$ 1.340,00 no porto, enquanto o preço da saca em Panambi caiu para R$ 72,00.
Em Santa Catarina, os moinhos reduziram a moagem e as compras. Os últimos negócios com trigo da safra velha ocorreram entre R$ 1.500,00 e R$ 1.520,00 FOB, enquanto o produto gaúcho chega ao estado por até R$ 1.560,00. A safra nova segue completamente parada, sem oferta nem demanda. Os preços da pedra se mantiveram estáveis: R$ 78,00/saca em Canoinhas, R$ 75,00 em Chapecó, R$ 79,00 em Joaçaba, R$ 80,00 em Rio do Sul, R$ 78,00 em São Miguel do Oeste e R$ 80,00 em Xanxerê.
No Paraná, a moagem segue comprometida pela combinação de preços altos do trigo e baixos das farinhas. Os moinhos relatam margens insuficientes para novos negócios. As cotações no mercado interno giraram em torno de R$ 1.600,00 para moinhos bem comprados, enquanto os vendedores seguem pedindo entre R$ 1.650,00 e R$ 1.700,00 FOB. Os trigos importados chegaram a US$ 310,00 a tonelada (argentino) e US$ 290,00 (paraguaio) nos moinhos dos Campos Gerais. Para a safra futura, compradores indicam preços entre R$ 1.450,00 e R$ 1.500,00.
Apesar dos desafios, os preços médios pagos ao produtor no Paraná subiram 0,33% na semana, atingindo R$ 80,16 por saca. Considerando o custo de produção de R$ 73,53 apurado pelo Deral em fevereiro, o lucro médio do triticultor caiu de 13,39% para 8,85%, ainda considerado significativo.