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Brasil deve ser pragmático e diversificar mercados, defende Gedeão Pereira no Seminário Campo das Ideias

Brasil não pode restringir suas parcerias comerciais


Foto: Divulgação

Presidente da Farsul alerta para riscos da contaminação ideológica nas decisões comerciais do agro. Debate ocorreu durante evento promovido pelo Senar-RS em Porto Alegre.

O presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, defendeu uma postura pragmática do agronegócio brasileiro frente ao cenário internacional. A declaração foi feita nesta quinta-feira (11), durante o Seminário Campo das Ideias, realizado pelo Senar-RS no Teatro do Bourbon Country, em Porto Alegre. Segundo ele, o Brasil não pode restringir suas parcerias comerciais por alinhamentos ideológicos e precisa ampliar sua atuação em mercados como o da Rússia, além dos tradicionais Estados Unidos.

“Temos grandes montanhas de grãos e carnes. Precisamos vender para os Estados Unidos, sim, mas também para a Rússia. O Brasil não pode se alinhar; o Brasil tem que ser pragmático”, afirmou Gedeão.

A fala ocorreu durante a abertura do evento, que reuniu especialistas, economistas e lideranças do setor para debater os principais desafios e oportunidades do agro brasileiro e global. Entre os destaques da programação estiveram nomes como o ex-ministro Roberto Rodrigues, o economista Marcos Troyjo e o cientista político Fernando Schuler.

Neutralidade nas relações internacionais é estratégica, diz presidente da Farsul

Gedeão destacou que o foco do setor deve estar no desenvolvimento e na produtividade, e não em disputas ideológicas. “Nos preocupa sobremaneira que ideologias contaminem o processo produtivo necessário ao desenvolvimento do povo brasileiro”, alertou.

Ao contextualizar a relevância do Rio Grande do Sul na construção do agro nacional, o dirigente também fez referência à origem de produtores que desbravaram novas fronteiras agrícolas pelo país:

“Essa grande agricultura do Brasil é feita por este povo que um dia saiu do nosso Estado”, afirmou, dirigindo-se à secretária da Fazenda do RS, Pricilla Santana, que é carioca.

Impacto e próximos passos

A fala de Gedeão reforça um movimento já em curso no agro brasileiro: o da diversificação de mercados, frente às recentes tensões comerciais com os EUA e à crescente demanda por alimentos em países como China, Índia e Rússia. O posicionamento do presidente da Farsul encontra eco entre lideranças que defendem uma diplomacia econômica voltada a resultados, sem submissão a blocos políticos específicos.

Com o recado direto e a presença de autoridades e especialistas de renome, o Seminário Campo das Ideias se consolida como um espaço estratégico para refletir sobre o futuro do setor — e as escolhas que o Brasil precisa fazer para manter seu protagonismo no agronegócio mundial.

MAIS

O Campo das Ideias é uma iniciativa inédita do Senar-RS e reúne, ao longo de um dia, quatro painéis temáticos com temas como geopolítica, economia e tendências tecnológicas no campo. Além das palestras, o evento promove momentos de integração e troca de experiências entre produtores, técnicos e gestores do setor.

A programação incluiu ainda a participação de representantes como o economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, e o superintendente do Senar-RS, Eduardo Condorelli. A mediação dos debates ficou a cargo de lideranças do Sistema Farsul.

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