
Segundo a TF Agroeconômica, a principal recomendação para os produtores de milho é acompanhar de perto o mercado futuro e os gráficos de preços, buscando realizar vendas nos momentos de maior rentabilidade, evitando períodos de prejuízo. A consultoria alerta que conflitos geopolíticos, como a guerra no Oriente Médio, podem trazer picos temporários de alta, o Irã, por exemplo, é o segundo maior comprador de milho brasileiro, mas essas oscilações costumam ser passageiras, como ocorreu com o trigo na guerra entre Rússia e Ucrânia. Assim, o ideal é aproveitar esses movimentos positivos para garantir margens acima do custo de produção.
Entre os fatores de alta identificados pela TF, destacam-se o ajuste de estoques dos EUA, com exportações maiores e estoques finais abaixo das previsões; o aumento no preço do petróleo devido às tensões no Oriente Médio, que pode ultrapassar US\$ 100 o barril e beneficiar o mercado de biocombustíveis; e os números favoráveis da indústria de etanol norte-americana, com maior produção e redução nos estoques, sustentando a demanda por milho.
No entanto, há fatores de pressão baixista que exigem cautela. A boa condição das lavouras americanas, com 71% em boas ou excelentes condições, reforça a expectativa de uma safra robusta, enquanto a falta de acordos tarifários concretos entre EUA e países compradores, como México e Japão, gera incertezas para as exportações. Além disso, a Conab elevou a projeção para a safrinha brasileira para 101,01 milhões de toneladas, aumentando a estimativa da safra total para 128,25 milhões, mas manteve as exportações em 34 milhões de toneladas, bem abaixo dos 43 milhões previstos pelo USDA.
Outro ponto de atenção é a revisão para cima da produção de milho na União Europeia, que deverá atingir 60,40 milhões de toneladas em 2025/26, e o aumento dos estoques finais no Brasil em 1,86 milhão de toneladas, o que pode pressionar os preços internos nas próximas semanas. Diante desse cenário, a recomendação segue sendo de vendas estratégicas e bem planejadas para mitigar riscos de baixa e aproveitar as oportunidades de alta do mercado.