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Chuvas causam perdas na colheita de arroz no RS

A colheita do arroz avançou muito pouco após um novo período de dias chuvosos


Foto: Divulgação

A colheita do arroz avançou muito pouco após um novo período de dias chuvosos, com algumas lavouras ainda alagadas devido à cheia dos cursos d’água. No Informativo Conjuntural divulgado na quinta-feira (16/05) pela Emater/RS-Ascar, foi estimado que 86% da área total foi colhida. Parte da produção de arroz é armazenada em silos nas propriedades, mas a enchente inundou a parte inferior de muitos desses silos, causando perdas elevadas devido à falta de energia elétrica para a ventilação da massa de grãos e à impossibilidade de transporte por causa de danos nas estradas. Até o momento, não há uma estimativa precisa do número de silos inundados.

Nas últimas semanas, observou-se um movimento de elevação dos preços, e a preocupação com a produção de arroz devido aos danos causados pelas chuvas é crescente, podendo impactar a oferta do grão no mercado interno. A área cultivada no Estado está estimada em 900.203 hectares, conforme o Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA). A produtividade inicialmente estimada em 8.325 kg/ha poderá ser reduzida após a quantificação das perdas.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, ainda restam aproximadamente 36 mil hectares para a colheita na Fronteira Oeste e na Campanha, representando cerca de 10% da área cultivada. Em São Borja, restam pouco mais de 3 mil hectares a serem colhidos, e nas áreas submersas, prevê-se perda total devido ao acamamento das plantas, que ficam cobertas de lodo quando as águas baixam. Em Dom Pedrito, há pouco mais de mil hectares ainda por colher, com perdas estimadas em 50%. Em São Gabriel, cerca de 6 mil hectares ainda necessitam ser colhidos, com perdas esperadas de aproximadamente 30%. As chuvas, com volumes próximos de 400 mm nas últimas três semanas, atrasaram significativamente a colheita, com rizicultores relatando que a água está demorando para escoar das lavouras. Durante as poucas oportunidades de colheita realizadas, foram observados grãos com umidade superior a 26% e produtividades muito baixas, além de problemas de escurecimento dos grãos. Em Manoel Viana, os 500 hectares restantes para a colheita foram perdidos devido aos alagamentos causados pela cheia do Rio Ibicuí. A falta de energia por mais de uma semana em algumas localidades do município de Bagé está afetando diretamente os produtores que possuem silos, comprometendo a ventilação do arroz para redução da umidade. Nesses casos, o investimento em geradores torna-se imperativo para evitar a perda do valor comercial da produção armazenada, pois a qualidade do grão está ligada à eficiência na secagem inicial e manutenção da umidade em níveis baixos.

Na região administrativa de Pelotas, as atividades de colheita foram interrompidas desde as chuvas de 26/04. Entre 05 e 12/05, as chuvas foram frequentes e volumosas em todos os municípios da região. Até agora, não foram relatadas inundações nas sedes das unidades de secagem e armazenagem de arroz. As lavouras que ainda não foram colhidas (7%) estão maduras e prontas para a colheita, com 93% já colhidos.

Na região administrativa de Santa Maria, antes das enchentes, mais de 80% da cultura havia sido colhida, mas muitas lavouras foram perdidas e sofreram danos nos taludes e bombas devido à torrente dos cursos d’água. Após as chuvas, é possível que a produtividade seja reduzida para 7.314 kg/ha, representando uma perda de aproximadamente 6% em relação à expectativa inicial. A área cultivada está estimada em 132.688 hectares.

Na região administrativa de Soledade, aproximadamente 65% da área foi colhida. Em Rio Pardo, os levantamentos indicam que cerca de 65% foram colhidos antes das enchentes; a produtividade e a qualidade do grão estão dentro dos padrões normais. Contudo, cerca de 35% da área foi totalmente ou parcialmente inundada, atingindo 1.920 hectares com perdas totais e 500 hectares com perdas parciais. Em Pantano Grande, cerca de 85% foi colhido, enquanto em Venâncio Aires, esse percentual foi de 90%, e em Candelária, 60%.

Conforme o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar, a saca de arroz no Estado apresentou uma elevação de 2,4%, passando de R$ 105,32 para R$ 107,90.

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