Exportação de arroz perde força; estoques pressionam mercado
Esse movimento revela o desequilíbrio entre oferta e demanda

Setembro marca o início da colheita da safra americana de arroz, reduzindo a competitividade do Brasil no mercado internacional e fechando a janela mais favorável para exportações. As informações são de Sérgio Cardoso, Diretor de Operações na Itaobi Representações.
Com estoques elevados nas mãos de produtores e indústrias, o mercado nacional segue travado, sem capacidade de absorver o volume interno e com poucas alternativas externas. O leilão de opção realizado nesta semana reforçou a insegurança do setor: no Rio Grande do Sul, os prêmios saltaram mais de dez vezes em relação ao valor de abertura, sinalizando o custo crescente para assegurar vendas futuras.
“Enquanto isso, os estoques elevados nas mãos de produtores e indústrias confirmam o alerta que temos feito há meses: um mercado travado, sem espaço para absorver volumes internos e com pouca saída para o exterior”, conclui.
Esse movimento revela tanto o desequilíbrio entre oferta e demanda quanto o peso da incerteza sobre a comercialização. O cenário consolidado é de pressão sobre os preços internos, exportações insuficientes para dar vazão ao excedente e perda de competitividade diante dos Estados Unidos, que já colocam sua safra no mercado.
A proximidade da próxima colheita amplia o risco de acúmulo de produto e queda ainda maior nos preços. Para Cardoso, o setor vive “tudo o que não queremos”: um conjunto de fatores que expõe a fragilidade do mercado justamente no período mais delicado de transição entre safra e entressafra.
“Em resumo: estamos diante de tudo o que não queremos. Uma conjunção de fatores que reforça a fragilidade do mercado no momento mais sensível da transição entre safra e entressafra”, conclui.